Governo do Tocantins institui as Cavalhadas de Taguatinga no Calendário Cultural do Estado

Evento ocorre anualmente dentro dos festejos de Nossa Senhora D’Abadia, padroeira do município

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Compondo a tradição cultural do Tocantins, as Cavalhadas ocorrem todos os anos no município de Taguatinga, localizado no sudeste do Estado, durante os festejos de Nossa Senhora D’abadia, padroeira da cidade. Entre os ornamentos vermelhos e azuis, que decoram as ruas e as indumentárias dos cavaleiros e cavalos, o espetáculo a céu aberto, que reúne a população local e atrai visitantes a cada mês de agosto, agora faz parte oficialmente do Calendário Cultural do Estado do Tocantins, pela lei nº 4.338, de 27 de dezembro de 2023.

“A inclusão das Cavalhadas de Taguatinga no Calendário Cultural do Estado é um reconhecimento significativo da riqueza cultural dessa tradição. A divulgação proporciona visibilidade, preserva a identidade local e estimula o turismo cultural, fortalecendo laços comunitários. Agradecemos em nome das cavalhadas pela valorização. Como cavaleiro mouro é muito gratificante estar participando de um momento tão marcante para nós. Parabenizo também a Cultura por valorizar a riqueza do nosso estado”, afirmou Iego Toledo Rodrigues, um dos 24 cavaleiros participantes.

De acordo com o secretário da Cultura, Tião Pinheiro, “as Cavalhadas são uma manifestação da cultura popular e parte da riqueza cultural tocantinense. Elas reúnem fé, religiosidade, história, teatro e o trabalho manual na decoração das roupas e acessórios de cada cavaleiro. A instituição dessa festividade no Calendário Cultural do Estado demonstra o compromisso do governador Wanderlei Barbosa e de toda a gestão com o fortalecimento da cultura local e do trabalho desempenhado pelos agentes culturais de todo o Estado”.

O maior teatro a céu aberto do Tocantins

As Cavalhadas recontam uma história medieval, com a batalha entre mouros, que professavam a religião islâmica, e cristãos, adeptos do cristianismo. No teatro, protagonizado por 24 cavaleiros reunidos em campo, cada lado possui 12 guerreiros, um número simbólico, escolhido de forma a ilustrar o lendário rei Carlos Magno e os “doze pares de França”, grupo que compõe as diversas histórias de cavalaria e cantigas do período.

Em um município onde o cristianismo e a religião católica têm bastante força, as Cavalhadas de Taguatinga, segundo contam os locais, tiveram seu início em 1936, apesar de terem chegado oficialmente ao Brasil por volta de 1756, como ferramenta utilizada pelos colonizadores portugueses para evangelizar a população. Leia mais sobre a história desta manifestação da cultura popular local na reportagem especial.

Edição: Thâmara Cruvinel

Manifestação cultural ocorre todos os anos durante os festejos de Nossa Senhora D’abadia, padroeira de Taguatinga – Kadu Souza/Governo do Tocantins
Cavalhadas são protagonizadas por 24 cavaleiros, que representam os mouros (em vermelho) e cristãos (em azul), e cada lado possui 12 guerreiros; outros personagens marcantes são as rainhas, o imperador e a madrinha – Kadu Souza/Governo do Tocantins
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