Corregedoria arquiva sindicância contra três delegados suspeitos de vazarem informações
Não foram encontrados elementos que configurassem infração disciplinar.
A Corregedoria da Secretaria da Segurança Pública decidiu arquivar sindicâncias contra três delegados da Polícia Civil que estavam sendo investigados desde a gestão do ex-governador Mauro Carlesse. A portaria de arquivamento foi publicada nessa terça-feira (5/7) no Diário Oficial do Estado (DOE).
De acordo com a Corregedoria, não foram encontrados elementos que caracterizassem a configuração de infração disciplinar por parte dos delegados Wanderson Chaves de Queiroz, Gregory Almeida Alves do Monte e Cassiano Ribeiro Oyama. Eles estavam sendo investigados desde 2019 por supostas infrações administrativas como a divulgação de informações sobre investigações de corrupção no governo estadual.
SINDICÂNCIA
A sindicância contra os delegados foi aberta em 2019, quando les integravam a equipe que investigava servidores fantasmas no governo estadual. Na época, vários chefes de delegacias foram transferidos para outras unidades.
Wanderson e Gregory ainda foram suspensos por ‘insubordinação’ após entrarem em atrito com o delegado-geral da Polícia Civil por serem retirados da investigação. No mesmo ano a punição foi suspensa pela Justiça.
Desde o fim do ano passado, várias sindicâncias que foram abertas contra delegados que investigavam o governo vêm sendo arquivadas por falta de provas. Em março deste ano, delegados que tinham sido transferidos foram devolvidos às funções anteriores.
O Estado também revogou o manual de procedimentos criado para a Polícia Civil durante o governo de Mauro Carlesse. Na época, o texto foi chamado pela categoria de ‘decreto da mordaça‘, pois foi usado para investigar delegados que manifestavam opiniões críticas contra a administração.
INVESTIGAÇÕES
Em outubro de 2021, o governo estadual foi alvo de investigações da Polícia Federal que levaram ao afastamento e renúncia do ex-governador Mauro Carlesse (Agir). As operações investigaram, entre outros fatos, o aparelhamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para manter a existência de supostos esquemas criminosos.
A PF apontou que um núcleo de contraespionagem chegou a ser criado dentro da SSP-to para monitorar o trabalho dos próprios delegados.
No final de 2021, após o afastamento de Mauro Carlesse, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) anunciou a criação de uma força-tarefa para apurar os fatos apontados pela PF. Entre os integrantes da equipe estão delegados da Polícia Civil que foram transferidos de delegacias após atuarem em inquéritos que prejudicaram o governo.