Serena Williams: com fundo de US$ 111 milhões, tenista investe em startups
Desde seu início, em 2014, 60 startups compuseram o portfólio do Serena Ventures, com 13 unicórnios e seis saídas realizadas
Serena Wiliams, uma das maiores tenistas de todos os tempos, também dá suas tacadas fora das quadras. No mundo dos negócios, ao invés da bola e raquete, a esportista tem usado seu nome e fortuna para investir em startups.
Desde 2014, ela gerencia o Serena Ventures sua gestora de capital de risco (o chamado venture capital) que tem como principal foco investir em startups lideradas por negros e mulheres. (Para tirar todas as dúvidas sobre investimentos em startups, o Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, está coletando perguntas dos leitores para que gestores de renome as respondam, clique aqui e veja como participar).
No início deste mês a empresa de Serena anunciou seu primeiro fundo de investimentos no valor de US$ 111 milhões. E o primeiro aporte já foi feito. A jogada da vez é a Calico, uma startup canadense focada no gerenciamento de cadeia de suprimentos utilizando inteligência artificial. O aporte semente feito pelo Serena Ventures foi de US$ 2,1 milhões.
A Calico foi fundada em 2020 pela empreendedora Kathleen Chan com o intuito de ajudar no gerenciamento do backoffice de negócios do segmento de moda. Para isso, conecta pequenos negócios às fábricas que antes eram acessíveis apenas para grandes marcas. Após a cotação e contratação, todo processo é liderado pela Calico.
A relação de Serena com a Calico veio antes mesmo do investimento, por meio da marca de roupas da tenista — que enfrentava problemas referente ao estoque e passou a ser gerenciada pela startup canadense.
A Calico agora se junta a um portfólio que conta com empresas como SendWave; aplicativo de transferência de dinheiro para África e Ásia, MasterClass; uma plataforma de educação online, e Daily Harvest; que atua no segmento de alimentos congelados.
Serena divide o comando de seu fundo de venture capital com a sócia Alison Rapaport Stillman, que já passou por empresas como o banco J.P Morgan, a empresa de marketing Wasseman Media Group e a gestora Melo 7 Tech.
Do ano de fundação para cá, mais de 60 startups compuseram o portfólio do Serena Ventures, com 13 unicórnios e seis saídas realizadas. O foco está em rodadas semente e pré-semente — um dos primeiros de uma startup.
A inspiração para a tenista criar o Serena Venture aconteceu em um evento. Nele, a célebre empreendedora Caryn Seidman Becker, CEO da empresa americana de biometria Clear, apontou que menos de 2% dos investimentos de risco dos EUA eram destinados a empresas lideradas por mulheres.
“Minha história de vida é de quebrar barreiras e defender a inclusão, dentro e fora da quadra. Entrando em um esporte predominantemente masculino e branco, ao longo da minha carreira fui subestimada e mal paga. Agora, como uma investidora de capital de risco de startups em estágio inicial, me vejo nas fundadoras negras que muitas vezes são desconsideradas desde o começo”, escreveu Williams em um editorial de 2020 para a CNN Business.
A história sobre as origens da tenista tem sido relembrada recentemente por milhares de espectadores com o filme King Richard: Criando Campeãs. O longa narra a saga de Richard Williams, interpretado pelo ator Will Smith, para transformar suas filhas Venus e Serena em campeãs do tênis. No Oscar de 2022, que acontece no dia dia 27 de março, o filme concorre à estatueta em 6 categorias.
No filme, Richard aparece como um pai que sempre se colocou disposto a enfrentar todas as barreiras e preconceitos para colocar suas filhas no topo do tênis mundial. Os 23 Grand Slam de Serena já seriam suficientes para mostrar que o plano foi bem sucedido, mas para além do esporte, a tenista encontrou outro meio de quebrar paradigmas.