Presidente da Fifa estuda realizar Copa do Mundo feminina a cada dois anos

Atualmente, torneio mundial é realizado de quatro em quatro anos, assim como a modalidade masculina.

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Para o presidente da Fifa, Gianni Infantino, a Copa feminina de 2019, realizada na França, mostrou que a modalidade é mais do que um “evento esportivo, é um fenômeno cultural”. Com a intenção de impulsionar as mulheres em campo, o representante da organização anunciou que estuda a possibilidade de realizar o Mundial feminino a cada dois anos. Atualmente, o torneio é realizado de quatro em quatro anos, assim como na modalidade masculina.

Em entrevista coletiva no Catar ― onde ocorreu a final do Mundial de Clubes entre Flamengo e Liverpool ― , segundo a ESPN, ele afirmou que diminuir o tempo entre as competições seria uma forma de impulsionar a categoria e trazer investimentos de forma mais rápida e eficaz.

A ideia foi dada pelo presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graet, devido à expressiva visibilidade e audiência que a Copa de 2019 trouxe e que causou mudanças em como o público, marcas, investidores e imprensa enxergam o futebol feminino no mundo.

“Com França 2019, nós tivemos mais de um bilhão de espectadores pelo mundo e alguns números incríveis em países onde o futebol feminino normalmente não está nem perto do jogo masculino, como Itália, Brasil ou Inglaterra. Este tremendo sucesso desencadeou algumas propostas, nas quais já estamos trabalhando”, disse Infantino.

Emmanuel Macron, presidente da França, ao lado de Gianni Infantino, cumprimentam Megan Rapinoe, estrela da seleção dos Estados Unidos.

Segundo o presidente, “isso geraria benefícios e impulsos que se encaixam exatamente no que o jogo feminino precisa no momento”. ”É algo que devemos colocar em discussão”, completou.

Dados divulgados em outubro deste ano pela Fifa apontam que o Mundial trouxe visibilidade para a categoria e quebrou com ideias pré-concebidas de que o futebol feminino não é chato e mulheres sabem jogar.

Levantamento aponta que 1,12 bilhão de pessoas acompanharam a Copa feminina de 2019 pela TV ou alguma plataforma digital. Em relação à Copa de 2015, realizada no Canadá, a média de audiência por partida mais do que dobrou – à época, cada jogo do Mundial foi visto por cerca de 8,39 milhões; desta vez, foram 17,27 milhões de espectadores por jogo

O Brasil teve um papel significativo para construir esses números. A final entre Estados Unidos e Holanda foi a mais vista da história do Mundial e a maior audiência foi registrada justamente em território brasileiro, com mais de 19 milhões de espectadores. Já a maior marca de audiência de todas as Copas femininas também aconteceu por aqui: mais de 30 milhões de pessoas assistiram a partida entre Brasil e França pelas oitavas de final.

Marta (à esq.) celebra com a colega de time, Tamies, o fim da partida entre Itália e Brazil, em Valenciennes, na França.

Quando a Copa do Mundo deste ano chegou ao fim, Infantino apresentou propostas para melhorias no futebol feminino. Entre elas, dobrar o investimento. ”Decidimos investir 500 milhões [de dólares] no futebol feminino. Há uma reserva [financeira] na Fifa e parte disso será realocado para o futebol feminino. Quero propor mais 500 milhões em todo mundo”, disse, à época, em coletiva.

Entre as outras propostas, estão: criar um Mundial de Clubes Feminino e uma Liga Mundial Feminina; aumentar o número de seleções da próxima Copa de 24 para 32; dobrar o número de premiações na Copa do Mundo de 2023.

O aumento de seleções do Mundial feminino já entrará em vigor na próxima edição do evento. A Copa passará de 24 para 32 seleções. Países como Brasil, Japão, Colômbia e Austrália/Nova Zelândia (candidatura conjunta) são os candidatos a abrigar a disputa. A sede será conhecida em junho de 2020 durante o congresso do conselho da Fifa.

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Fonte huffpostbrasil
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