Novak Djokovic critica Wimbledon por veto a tenistas russos e belarussos
Vários jogadores de alto escalão serão impedidos de competir no icônico Slam de grama
O tenista número um do mundo, Novak Djokovic, avaliou na segunda-feira (23) que a decisão da organização de Wimbledon de vetar jogadores russos e belarussos do torneio deste ano após a invasão da Ucrânia pela Rússia é “errada”.
Wimbledon, o terceiro dos quatro Grand Slams do calendário do tênis, é, sem dúvida, o torneio de tênis mais famoso do mundo. Porém, este ano, os torneios profissionais masculinos e femininos, juntamente com a Federação Internacional de Tênis (ITF), optaram por não contar o Grand Glam como parte da pontuação de classificação após a proibição.
“Coletivamente, estou feliz que os jogadores se juntaram e mostraram ao Grand Slam que, quando há um erro acontecendo, temos que mostrar que haverá algumas consequências”, disse Djokovic a repórteres.
O veto aos atletas impedirá que vários jogadores de alto escalão compitam no icônico Slam de grama.
“Acho que (a proibição de Wimbledon) foi uma decisão errada. Não apoio isso de forma alguma. Mas, nestes momentos, é um assunto delicado e o que você decidir criará muitos conflitos”, acrescentou.
O All England Lawn Tennis Club (AELTC) afirmou em comunicado na sexta-feira (20) que mantém sua decisão. Os organizadores de Wimbledon disseram em abril que russos e belarussos não poderiam competir no torneio deste ano.
Em um comunicado, a AELTC observou que continua “relutante em aceitar que o sucesso ou a participação em Wimbledon sejam usados para beneficiar a máquina de propaganda do regime russo, que, por meio de sua mídia estatal estreitamente controlada, tem um histórico reconhecido de usar o sucesso esportivo para apoiar uma narrativa triunfante ao povo russo”.
“Desejamos, portanto, manifestar nossa profunda decepção com as decisões tomadas pela ATP, WTA e ITF em remover pontos de classificação para os campeonatos. Acreditamos que essas decisões sejam desproporcionais no contexto das circunstâncias excepcionais e extremas desta situação e da posição nos encontramos, prejudicando todos os jogadores que competem no Tour”, adiciona o texto.
Os órgãos dirigentes do tênis baniram a Rússia e a Belarus das competições internacionais de equipes após a invasão. No entanto, jogadores destes países podem competir nos circuitos ATP e WTA individuais, mas não sob os respectivos nomes ou a bandeiras das nações.
Djokovic disse que ainda jogaria em Wimbledon este ano, mas criticou a falta de “comunicação forte” dos organizadores.
“É uma situação muito única e estranha, mas um Grand Slam é um Grand Slam”, afirmou, acrescentando que Wimbledon “sempre foi meu sonho desde criança”.
“Eu não vejo isso pela lente de pontos ou prêmios em dinheiro, mas tem que haver alguns padrões com algum respeito mútuo”, destacou, adicionando que “este é um desses tipos de decisões em que sempre haverá alguém que sofrerá mais. É uma situação de ‘perde-perde’”.
Enquanto isso, a quatro vezes campeã de Grand Slam Naomi Osaka disse que não tem certeza se jogará o torneio este ano, classificando uma competição sem pontos de “como uma exibição”.
“A intenção desta medida foi boa, mas a execução está no fundo do poço”, pontuou.
“Eu sinto que se eu jogar Wimbledon sem pontos é mais como uma exibição. Eu sei que isso não é verdade, certo? Mas para o meu cérebro parece assim. Sempre que eu penso que algo é como uma exibição, eu simplesmente não consigo ir com 100% de mim. Ainda nem tomei minha decisão, mas estou mais inclinada a não jogar, dadas as circunstâncias atuais”, acrescentou.
*Issy Ronald e Jill Martin, da CNN, contribuíram para a reportagem