Filipinho deixou de ser bad boy para realizar sonho: ‘Aprendi a melhorar meu psicológico’

Surfista de Ubatuba, no litoral paulista, superou Italo Ferreira em Trestles para se tornar o 4º brasileiro campeão mundial de surfe

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Nenhuma outra modalidade esportiva é tão dominada pelo Brasil quanto o surfe masculino. Os atletas do país ganharam nada menos do que seis títulos mundiais nos últimos dez anos. O mais recente deles foi conquistado por Filipe Toledo. O atleta de 27 anos, nascido em Ubatuba, no litoral de São Paulo, finalmente subiu ao lugar mais alto do pódio, após ter batido na trave em algumas tentativas.

Segundo o surfista, em entrevista exclusiva ao R7, o mais importante para finalmente ser campeão mundial foi a sua força mental. Até por isso, no dia das finais, em Trestles, na Califórnia, seu pai, Ricardinho Toledo, utilizou uma camisa com os dizeres “Sem medo, Toledo”.

“Eu me colocava muita pressão, e isso foi uma das coisas com que aprendi a lidar. Neste ano, me preparei muito melhor mentalmente, além de fisicamente, e comecei a aproveitar mais cada momento e viver o processo de forma mais tranquila e fluida. O sentimento de ter conquistado o título mundial não dá para ser posto em palavras, é a realização de um sonho de criança! Eu me sinto realizado, feliz e orgulhoso de toda a caminhada que eu percorri para chegar até esse momento”, disse.

Pai de Filipinho, Ricardinho Toledo utilizou camiseta com mensagem especial no dia da final
REPRODUÇÃO

A maturidade de Filipinho veio com o tempo. Outrora apontado como bad boy e até mesmo suspenso de uma etapa do Mundial de Surfe por reclamações efusivas contra os árbitros, ele agora é pai de Koa e Mahina, frutos de seu relacionamento com Ananda Marçal. E que certamente o ajudaram a encontrar o caminho do título.

“Eu tive fases difíceis na carreira, e precisei aprender a lidar. Amadureci muito, aprendi técnicas para melhorar meu preparo psicológico, saber driblar pensamentos que vinham e podiam me afetar psicologicamente. A partir do momento em que busquei ajuda profissional, tudo passou a fluir melhor, e deu certo; hoje, posso dizer que segui o caminho certo”, afirmou.

E a conquista não poderia ser em um lugar mais especial para o atleta. Isso porque já há muitos anos ele mora em San Clemente, na Califórnia, bastante perto de Trestles, onde foi disputada a final.

“Eu adoro surfar em Trestles, é como um quintal da minha casa. É uma onda à qual me adaptei desde a primeira vez que surfei por lá. A cidade de San Clemente respira surfe, tem muitas pessoas que praticam, de todas as idades, então é um local em que essa cultura é muito forte.”

Campeão com moral

Na elite do surfe desde 2013, Filipinho sempre foi apontado como um dos atletas mais talentosos da atual geração. Tanto é que, após a confirmação do título, foram vários os colegas e antigos campeões do tour que o parabenizaram, como, por exemplo, Gabriel Medina, tricampeão mundial.

Quem também mostrou todo o seu carinho por ele foi Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial e considerado por muitos como o maior surfista de todos os tempos.

“Esse cara apresenta um talento anormal. Assistir à sua vitória no Júnior US Open em Huntington quando todos estavam focados em John John Florence, Kolohe Andino e Conner Coffin, foi surpreendente. Sua velocidade e seus reflexos são incomparáveis, e ele sempre nos impressiona com a sua capacidade de execução. Parabéns pelo seu momento e pelo título. Demorou para acontecer, mas a hora chegou. Você é muito merecedor, um ótimo pai, amigo, e somos todos muito fãs de você como pessoa.”

Além de Filipinho (2022), Gabriel Medina (2014, 2018 e 2021), Adriano de Souza (2015) e Ítalo Ferreira (2019) também foram campeões mundiais pelo país.

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Fonte r7
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