Ceni, abalado por saída do Flamengo. Não trabalha mais em 2021
A dispensa foi pesada demais. Ele acumula demissões de três gigantes do futebol brasileiro. São Paulo, Cruzeiro e Flamengo. Pretende voltar a trabalhar só em 2022
São Paulo, Brasil
O Flamengo foi intenso demais para Rogério Ceni.
Como Renato Gaúcho, ele acreditou que o clube mais popular do país tem a importância da Seleção Brasileira.
Por isso não pensou duas vezes em largar o Fortaleza, virar as costas para o São Paulo. Era o escolhido de Julio Casares para substituir Fernando Diniz e não Hernán Crespo.
Ceni não estava preparado para ser demitido da maneira que foi.
Não depois de conquistar o Campeonato Brasileiro, a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca.
O treinador revelou a amigos que pretende descansar, analisar o que aconteceu. E retomar a carreira em 2022.
A mágoa com a exposição de um áudio do analista de mercado, Roberto Drummond.
As palavras, pesadas demais, ainda ressoam na Gávea.
“Ele é muito mau caráter. Tudo aquilo que aconteceu no Cruzeiro, que a gente falava… deve ter sido o contrário. Os caras devem ter f… com ele porque ele f… com os caras.
“É um cara totalmente arrogante, totalmente babaca.
“Você vê pelas entrevistas dele… Tudo ele está certo e está todo mundo errado. Ele acha todos os erros do que aconteceu na partida, mas não dá uma solução. Cara, é decepcionante”, disse Drummond, que foi demitido no dia que o áudio se tornou público, na sexta-feira da semana passada. Ceni acabou indo na madrugada de sábado.
O treinador esperava que dirigentes e jogadores o defendessem publicamente. Das acusações de Drummond. Pelo contrário. O silêncio foi total, constragedor. A falta de apoio foi algo assustador.
E que compromete Rogério Ceni.
Porque os atletas que comemoraram os três títulos conquistados sob seu comando não o apoiaram? Ou ao menos lamentaram sua saída?
A repercussão que Ceni esperava ser favorável à carreira tomou o rumo contrário.
Para piorar, o Flamengo deixou vazar que o técnico não quis fazer acordo algum. Exigiu receber os R$ 3 milhões de multa pela demissão sumária.
Sua demissão completou uma semana.
E ele continua em silêncio.
Sem dar entrevista, sem dar sua versão na saída do Flamengo.
Ceni foi demitido do São Paulo, do Cruzeiro e do clube carioca.
Desde que se tornou treinador, só não foi mandado embora do Fortaleza.
Não é impressão, a realidade mostra cometeu erros importantes que o fizeram ser despachado do Morumbi, da Toca da Raposa e do Ninho do Urubu.
Ele que era um dos técnicos mais cobiçados no final de 2020, está em péssima situação neste início de segundo semestre. Mesmo tendo conquistado três títulos em 2021.
É uma situação surreal.
“Cara, ele é uma pessoa ruim. Não tem outra definição. É uma pessoa ruim. O cara é perdido”, enfatizou Drummond.
Ceni também teve de conviver com desfeitas de jogadores que substituiu durante os jogos. Gabigol, Gerson, Pedro. Não soube se impor, punir, cobrar os atletas diante dos companheiros. Deixou tudo por conta dos dirigentes. Ficou desmoralizado.
Em 25 anos de carreira como jogador, Rogério Ceni sempre se impôs.
Se tornou o maior ídolo da história do São Paulo.
Em quatro anos como treinador, já passou por três demissões que o constrangeram. O marcaram. O atingiram.
Do São Paulo, Cruzeiro e Flamengo.
Rogério Ceni deverá ficar até o fim do ano se reciclando, esperando novo clube.
Ele que repense sua carreira como técnico. Instável, questionável, insegura.
Bem ao contrário da carreira como jogador.
Há algo muito errado com Ceni treinador.
Aos 48 anos, ele tem de descobrir onde está o equívoco.
E corrija, se quiser ser técnico de clubes gigantes.
De equipes médias é muito mais fácil…