Bermudas tornam-se o menor país a conquistar ouro olímpico após triunfo de Duffy
Na madrugada de terça-feira (27), uma pequena ilha do Atlântico adicionou seu nome à lista de vencedores de medalhas douradas em Tóquio
Basta uma rápida olhada no quadro de medalhas olímpicas e você verá os habituais países de peso pesado dominando o ranking das Olimpíadas de Tóquio: China, Estados Unidos, Japão.
Mas, na madrugada de terça-feira (27), uma pequena ilha do Atlântico adicionou seu nome à lista de vencedores de medalhas douradas, depois que as Bermudas se tornaram o menor país a ganhar o ouro olímpico.
Flora Duffy, das Bermudas, venceu de forma decisiva o triatlo, garantindo um ouro histórico para seu país, que tem uma população de cerca de 63 mil habitantes – muito menor em comparação aos 328 milhões dos Estados Unidos, por exemplo.
Tomada pela emoção à medida que realizava a enormidade de sua conquista, Duffy caiu no chão com as mãos sobre o rosto.
“Eu realmente espero que inspire os jovens das Bermudas que somos de um país pequeno, mas isso não significa que não podemos fazer grandes coisas no cenário mundial”, disse Duffy à CNN.
Esperança de uma nação
Duffy sentiu as esperanças de sua pequena nação repousando sobre seus ombros. “Ao entrar em Tóquio, eu definitivamente sabia que havia muita expectativa de ganhar uma medalha. Não temos exatamente pessoas indo a todas as Olimpíadas com chances de medalha.”
Ela não decepcionou, ficando em primeiro lugar mais de um minuto à frente da britânica Georgia Taylor-Brown e da americana Katie Zaferes.
Ambas são amigas de Duffy, que “correm juntas o tempo todo no circuito”, disse a bermudense de 33 anos. Estar no pódio com seus amigos após sua vitória foi “super especial”, disse Duffy, acrescentando que “meio que percebi… que os sonhos se tornam realidade”.
Luz no fim do túnel
A medalha de ouro de Duffy é a luz no fim de um túnel escuro, tendo lutado contra uma lesão que quase encerrou sua carreira, anemia e depressão. Seus preparativos para Tóquio 2020 foram prejudicados por uma lesão no pé que a impediu de competir por um ano.
A vitória de Duffy foi “o culminar de todo o trabalho árduo que levou para chegar a este ponto, todas as dificuldades, todos os ferimentos. O adiamento, o ano extra… tudo veio junto”, disse ela, referindo-se a Tóquio 2020 atrasado por um ano.
Duffy não terminou sua corrida nas Olimpíadas de 2008 em Pequim depois de bater com a bicicleta e até abandonou o esporte por um curto período. Mais tarde, ela se formou em sociologia pela University of Colorado Boulder.
Não é a primeira vez que Duffy consegue o ouro para seu país, também vencendo os Jogos da Commonwealth de 2018 na Gold Coast da Austrália. Naquele mesmo ano, ela foi premiada como Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE) pelo Príncipe Charles.
Sem dúvida, haverá comemorações em casa, nas Bermudas. Esta é apenas a segunda vez que o país conquista uma medalha olímpica, depois que o boxeador Clarence Hill conquistou o bronze em 1976.
(Este texto foi traduzido do inglês; clique aqui para ler o original)