A estreia de Lisca no Vasco
Lisca chegou ao Vasco respaldado por uma aprovação que talvez muitos de nós não tenhamos dentro da própria casa. Quase uma unanimidade. Algo muito raro e incomum entre treinadores de futebol.
O discurso de apresentação, o sorriso ao falar do clube, da história, das filhas, as lágrimas… Tudo isso ajudou a aumentar ainda mais o carisma do treinador e o aproximar do torcedor antes mesmo de sua estreia.
O campo, no entanto, como sabemos, é capaz de encerrar qualquer relacionamento. Até os mais longevos, o que dirá dos namoros recém iniciados.
Lisca, porém, deixou São Januário após o seu primeiro jogo ainda mais querido e abraçado – ainda que à distância – pelo vascaíno.
O 4 a 1 sobre o Guarani, apesar de merecido, foi inesperado.
O Bugre não perdia há seis jogos. O Vasco não vencia há três. O time de Campinas entrou em campo como dono do melhor ataque da Série B. O Cruz-Maltino não marcava quatro gols numa competição nacional desde o 4 a 4 com o Flamengo, em 2019.
A verdade é que Lisca entregou bem mais em sua primeira partida do que se esperava. Até mesmo aos mais otimistas. E não apenas pelo resultado.
Não foi só uma vitória do Vasco sobre o Guarani. Foi um triunfo com a cara de Lisca.
Volantes subindo para marcar a saída adversária, pressão no homem da bola, intensidade, diagonais nas costas da defesa, contra-ataques… Coisas que, claro, precisam de aprimoramento, mas que antes não se viam. Nem mesmo um esboço.
Obviamente não foi uma atuação sem erros. Não existe mágica em um dia. A grande atuação de Vanderlei, um dos melhores em campo junto de Bruno Gomes, Léo Jabá e Galarza, prova isso. O Guarani valorizou a vitória vascaína.
O mais importante para o Vasco é que a ideia de Lisca foi plantada. Mais que isso: foi comprada pelos jogadores. E já dá os seus primeiros frutos.
Lisca falou bastante – e bem – desde que chegou a São Januário. Mas vieram do campo as melhores respostas.