Musa trans da Porto da Pedra diz que Carnaval é festa inclusiva
A musa da escola de samba carioca Unidos do Porto da Pedra, Isadora Marinho, de 31 anos, afirmou que o Carnaval representa para ela mais que uma festa, que é também um espaço inclusivo que acolhe todas as nuances da diversidade.
Mulher trans e maceioense, Isadora foi convidada neste ano para ser musa da Unidos do Porto da Pedra.
Ela define a conquista como uma superação de dificuldades vividas no passado. “Minha vida mudou radicalmente e, hoje, me vejo como a mulher que sempre almejei ser. A fé, a força e determinação da mulher nordestina me trouxeram aqui”.
“Às vezes, ainda me pego pensando que tudo isso não passa de um sonho. Parece clichê, mas é a mais pura verdade: quem acredita e se empenha com determinação sempre alcança”, completa.
Apesar de hoje ocupar o posto de musa, Isadora já enfrentou muita discriminação e dificuldades financeiras, mas lembra que nunca deixou de ir em busca de seus sonhos.
“Já tive que dormir na rua. Foram tempos difíceis, momentos em que eu desejei não ter nascido. Mas sempre fui uma mulher de fé. Algo dentro de mim me impulsionava a seguir em frente, a lutar por algo maior”, diz.
Porto da Pedra no Carnaval do Rio de Janeiro
A escola Unidos do Porto da Pedra será a primeira a entrar no Sambódromo da avenida Marquês de Sapucaí no domingo (11) de Carnaval, primeiro dia dos desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro.
A escola vai apresentar o enredo “Lunário Perpétuo – A profecia do saber popular”, do carnavalesco Mauro Quintaes.