Príncipe Andrew faz acordo financeiro extrajudicial em caso de assédio sexual
Filho da Rainha Elizabeth II é acusado por Virginia Giuffre de tê-la obrigado a ter relações sexuais com ele em três diferentes ocasiões quando ela tinha apenas 17 anos
O príncipe Andrew chegou a um acordo financeiro com Virginia Roberts Giuffre, que acusa o terceiro filho da Rainha Elizabeth II de tê-la obrigado a ter relações sexuais com ele em três diferentes ocasiões em Londres, Nova York e Ilhas Virgens Britânicas, em 2001, quando ela tinha apenas 17 anos. De acordo com os jornais The Daily Mail e The Telegraph, a decisão do duque de York, de 61 anos, e de Virginia, hoje com 38, foi anunciada pela Justiça americana, onde o processo de agressão sexual corria, nesta terça-feira (15).
“Virginia Giuffre e o príncipe Andrew chegaram a um acordo extrajudicial. As partes apresentarão uma demissão estipulada após o recebimento do acordo pela Srta. Giuffre (cuja soma não está sendo divulgada). O príncipe Andrew pretende fazer uma doação substancial para a instituição de caridade da Sra. Giuffre em apoio aos direitos das vítimas”, dizia um comunicado oficial sobre o acordo.
“O príncipe Andrew nunca teve a intenção de difamar o caráter de Giuffre, e ele aceita que ela sofreu tanto como uma vítima estabelecida de abuso quanto como resultado de ataques públicos injustos. Sabe-se que Jeffrey Epstein traficou inúmeras jovens ao longo de muitos anos. O príncipe Andrew lamenta sua associação com Epstein e elogia a bravura de Giuffre e outros sobreviventes em defender a si mesmos e aos outros. Ele promete demonstrar seu arrependimento por sua associação com Epstein, apoiando a luta contra os males do tráfico sexual e apoiando suas vítimas”, afirmava o documento.
Andrew e Virginia teriam se conhecido por meio de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de menores e encontrado morto em sua cela em 2019. O príncipe, tido como o filho favorito da Rainha Elizabeth, negou as acusações e chegou mesmo a negar que conhecesse a Virginia.
Em janeiro, Andrew renunciou aos seus títulos militares e abriu mão de cargos honorários, como patronatos de instituções de caridade, tudo com o aval da soberana.
ENTENDA
Virginia Giuffre afirma que foi levada para o Reino Unido aos 17 anos para ter relações sexuais com o príncipe Andrew. Ela abriu um processo contra ele em Nova York, com um processo civil e não criminal, o que significa que desejava que o tribunal decidisse que suas acusações são verdadeiras e que o duque deveria pagar por danos de forma financeira.
O caso diz que o príncipe abusou sexualmente da então menor de idade na casa de Ghislaine Maxwell, uma sócia de Jeffrey Epstein, e também nas residências de Epstein em Manhattan e nas Ilhas Virgens, nos EUA.
Epstein, que estava preso, foi encontrado morto em sua cela, em 2019, em um caso repleto de dúvidas se ele realmente se matou ou se foi assassinado, já que as rondas periódicas dos agentes penitenciários não foram cumpridas à risca, deixando o milionário, um potencial risco de cometer suicídio, sozinho por um período maior do que deveria.
Virginia afirma ainda que o príncipe Andrew praticou atos sexuais com ela sem o seu consentimento, sabendo a sua idade e “que ela foi vítima de tráfico sexual”. Em, 2019, à BBC, Andrew negou as acusações, dizendo que elas “nunca aconteceram”.
“Não aconteceu. Posso dizer categoricamente que nunca aconteceu. Não me lembro de alguma vez ter conhecido essa senhora, absolutamente nada”, disse ele à BBC Newsnight. Uma foto dele com Virginia, porém, contradiz a versão do duque.