Morre Tina Turner, ícone do rock ‘n‘ roll, aos 83 anos
A cantora americana Tina Turner morreu nesta quarta-feira, 24 de maio, aos 83 anos. A informação foi confirmada pelo assessor da artista ao site Sky News.
Em um comunicado oficial no Instagram da cantora, o porta-voz Peter Lindbergh anunciou a notícia. “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã”, começou.
“Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”.
Fãs e artistas lamentaram a notícia. “Descanse em faz e força, Rainha! A única”, comentou a cantora Iza. “Você é ETERNA!!!”, disse Marco Túlio, do Jota Quest.
Uma das vozes mais potentes do rock ‘n’ roll mundial, ela ficou conhecida pela voz distinta e coleção de sucessos, como “The Best” e “We Don’t Need Another Hero”.
HOMENAGENS
Assim que a notícia foi dada, nomes famosos lamentaram a perda da cantora. Entre eles, Viola Davis, Sheila Ferguson, Carlinhos Brown, Fafá de Belém e Walcyr Carrasco.
“Muito obrigado pela sua alegria e pela sua grande colaboração em energizar artistas em torno de acreditarem no palco”, escreveu Carlinhos Brown em seu Instagram. “Você deixa a marca profunda da maneira que nós temos que utilizar a música como máquina comunicadora de melhorias para o mundo”, continuou o músico.
“Mais um ícone que se vai. Tina Turner é uma das maiores vozes da História. Seu legado será eterno pela excelência de sua obra e pela potência dessa mulher lendária”, lamentou Fafá de Belém.
“Tina Turner era considerada a rainha do rock e marcou toda uma geração com suas canções inesquecíveis. Tinha uma voz poderosa, que eu adorava. Para sempre Tina Turner. Descanse em paz”, escreveu Walcyr Carrasco.
“Minha querida amiga Tina Turner morreu. Oh meu Deus, eu estou desacreditada. Tudo que passamos ao longo das décadas, seu impacto na indústria musical, seu amor pela família e pelos amigos, o humor insaciável, seu amor pela vida. Poxa, já sinto sua falta. É tudo que posso dizer agora”, publicou a cantora Sheila Ferguson em seu perfil no Twitter.
“Icônica. Linda. Uma sobrevivente. Brilho. Nosso primeiro símbolo de excelência e posse desenfreada da sexualidade!! Você foi minha infância. Deus vai ganhar um anjo hoje! Descanse em paz, Sra. Tina Turner. Vamos aproveitar o seu legado!”, lembrou Viola Davis.
VIDA E CARREIRA
A cantora, nascida Anna Mae Bullock, veio de uma família pobre nos Estados Unidos. Quando tinha 15 anos, os pais a abandonaram e ela encontrou na música e nas boates uma forma de se sustentar sozinha.
Ike Turner, então na banda The Kings of Rhythm, também costumava se apresentar em clubes e Anna Mae pediu para participar dos shows como backing vocal. Em pouco tempo, tornou-se a voz principal do grupo.
Com o sucesso, Ike e Anna, que passou a adotar o nome artístico Tina Turner, formaram uma dupla e casaram-se em 1962. Os dois foram um dos maiores sucessos da música soul nos anos 60 e 70.
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Durante o relacionamento, porém, a dupla vivia nos holofotes por brigas e escândalos. Ike tinha um problema de vício e acusava a esposa pelo declínio da dupla no cenário musical. O casamento acabou em 1987, depois de acusações de violência doméstica. Ao pedir o divórcio, Tina abriu mão de todo o patrimônio em troca de manter seu sobrenome.
A partir de então, Tina passou a investir na carreira solo. Em sua volta aos palcos, apostou no rock’n roll e abriu shows para grupos famosos, como Bee Gees, Rolling Stones e David Bowie.
O lançamento do álbum “Private Dancer” foi o ponto de virada para sua carreira. Com mais de dez milhões de cópias vendidas no mundo, Tina consagrou sua carreira como rainha do rock.
Sua forma única de cantar impressionava a plateia, que ia à loucura ao ver a cantora cantar e dançar sem perder o fôlego.
Nos últimos anos, Tina vinha enfrentando problemas de saúde. Foi diagnosticada com câncer de intestino em 2016 e realizou um transplante de rim em 2017.
Sua vida foi registrada em três obras de memórias, sendo uma cinebiografia, um musical e um documentário intitulado “Tina”, lançado em 2021.
MAIORES SUCESSOS
Em 1966, um famoso diretor, Phil Spector, conheceu a artista e pediu para trabalhar com Tina. A parceria originou “River Deep, Mountain High”, com uma pegada mais pop. A canção foi regravada por Deep Purple, Celine Dion e o elenco da série Glee.
Já em 1971, a dupla transformou “Proud Mary”, da banda Credence Clearwater Revival, até então um lento country-rock, em uma música agitada e explosiva. No Grammy de 2008, a faixa foi apresentada em dueto por Tina e Beyoncé.
Após a separação de Ike, a cantora lançou “Let’s Stay Together” em 1983. A canção era um clássico de Al Green e foi eternizada por Tina em uma versão R&B dançante.
Em 1985, “We Don’t Need Another Hero” conquistou os fãs da artista com sua letra pós-apocalíptica. A música fez parte da trilha sonora de “Mad Max – Além da Cúpula do Trovão”, de Mel Gibson.
Originalmente escrita para Bonnie Tyler, mas gravada por Tina Turner em 1988, “The Best” foi um sucesso mundial. Uma das mais famosas da artista, é frequentemente confundida pelo título “Simply The Best”, já que o refrão contém a palavra.
RECORDE DE PÚBLICO NO MARACANÃ
Em 1988, Tina Turner veio ao Brasil para uma apresentação no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Com um público de 182 mil pessoas, a artista recebeu do Guinness Book o recorde mundial de “maior participação paga em um show para um artista solo”.
O recorde anterior era de Frank Sinatra, que tocou para 170 mil pessoas em 1980, no mesmo local.
A apresentação de Tina foi grandiosa. Ela subiu ao palco em um carro alegórico da Beija-Flor, que ainda contava com Joãozinho Trinta na escola. No mesmo ano, sambou com os acadêmicos da escola e passou a virada do ano em Copacabana.