Gracyanne Barbosa sobre Belo: ‘Se tivesse liberdade de conversar mais, já teríamos nos reconectado como casal’
O título de solteira ainda soa estranho para Gracyanne Barbosa, que anunciou o fim do seu casamento de 16 anos com Belo em abril deste ano. Em uma conversa exclusiva com a Quem, a musa fitness, de 40 anos, falou sobre sua nova fase, do retorno ao Carnaval após sofrer uma grave lesão e deu detalhes do seu processo de separação. Ela contou ainda que o pagodeiro também viveu um affair após o rompimento, comentou do “flagra” com a madrinha de casamento e revelou se a exposição atrapalhou uma possível reconciliação.
Durante o papo, a influenciadora confessou também que tem recebido muitas cantadas, mas enfatizou que está focada na sua vida profissional e, por isso, está cogitando até deixar o Rio de Janeiro. “Estou pensando em mudar para São Paulo para poder estar mais [presente] nos ensaios [da Camisa Verde e Branco] e por conta de outros trabalhos também”, declarou. “Acho que primeiro eu preciso estar bem comigo mesma, me reconectar, me perdoar, me curar e ressignificar muitas coisas para aí poder conhecer outras pessoas.”
O casal passou meses ensaiando uma separação, que foi motivada por falta de comunicação e distanciamento. Quando o término se concretizou e veio à tona, Gracyanne confirmou que viveu um affair com um personal trainer, mesmo achando que “apanharia” na rua. “Não faz sentido viver uma mentira. Eu decidi assumir contra a vontade dele. Claro que a gente teve uma discussão absurda por conta disso, porque ele não queria, embora ele já soubesse disso. Ele também já tinha vivido outra relação, porque a gente estava realmente separado carnalmente, mas vivendo na mesma casa e casados no papel”, contou.
Veja a entrevista na íntegra:
QUEM: Gra, você ficou de fora do Carnaval deste ano, passou um tempo sem treinar e comentou que talvez faria uma cirurgia. Como está a sua saúde atualmente?
Gracyanne: Digamos que estou 70% recuperada. Nem eu, nem a equipe médica que me acompanha pretendemos operar, foi uma decisão que tomamos em conjunto no ano passado. Tive duas lesões bem graves. Eu rompi o tendão do posterior da perna e rompi o tendão patelar do mesmo lado num tombo. Claro que eu já tinha um processo inflamatório por conta de treinos muito exaustivos, mas o tombo ocasionou a ruptura de 100%. Embora tenha perdido uns 80% da força do lado esquerdo, eu nunca perdi movimento, então todos eles optaram por não operar porque clinicamente eu estou conseguindo fazer as coisas. A opção de não desfilar foi mais por conta do salto.
Você vai retornar ao Carnaval ano que vem como Rainha de Bateria da Camisa Verde e Branco. Como está a preparação?
Estou super ansiosa! Eu não sou uma pessoa ansiosa, mas esse ano estou, acho que por conta de ter desistido no ano passado. Fiquei superchateada, porque já tinha me comprometido com a escola. Eu poderia ter continuado, ficado sentada, ter desfilado em um carro, só que eu estava sofrendo tanto por não poder desfilar que preferi me afastar completamente. Não fui aos ensaios, não fui ao desfile e não vi nada de Carnaval.
Eu nunca fiz um trabalho físico para o Carnaval por conta das atividades [que já realizo], mas esse ano, eu sei que eu vou precisar fazer até porque eu estou desabituada a usar salto e estou com um cardio péssimo. Sambei um pouquinho na quadra e fiquei cansada, então eu pretendo fazer aula e investir bastante nisso. Estou pensando em mudar para São Paulo para poder estar mais nos ensaios e por conta de outros trabalhos também.
E quais são seus planos profissionais? Você já fez alguns trabalhos como atriz, pretende investir nessa área?
Não tinha pretensão nenhuma em ser atriz, mas acho que a gente precisa estar preparada, tanto que já tinha estudado teatro e cinema. Nunca me vi na televisão, até porque eu tenho um biotipo diferenciado, um pouco agressivo para a TV, então acho que eu teria que fazer papeis específicos. Nunca tive esperança de que isso ia dar certo, só que rolou o convite do Rodrigo Sant’Anna para o Tô de Graça, comecei a entrar para esse mundo mais da comédia e me encantei completamente.
Vai continuar fazendo participações em feiras internacionais como as que fez com o Arnold Schwarzenegger?
Essas feiras internacionais começaram antes da pandemia. Eu acho que eu fiz seis ou sete países diferentes, mas veio a pandemia e o Arnold teve que fazer algumas cirurgias. Quando voltou, eu tive essa lesão. Eu poderia viajar, mas estava muito focada [no tratamento], queria me recuperar 100%. Eu abdiquei dessas coisas que eu gostaria de ter voltado, mas os convites voltaram a acontecer. Agora, solteira, ficou um pouco mais fácil, porque antes eu tinha que conciliar com a agenda do Belo e era um pouco mais difícil, porque tinha um lugares que ele não podia entrar e eu preferia não ir.
Como o trabalho e sua rotina fitness têm te ajudado neste processo de separação?
Focar no trabalho e em mim me ajudou muito. Agora nem tanto, mas nas primeiras semanas da separação, é muito difícil, você fica triste, você não quer sair de casa. Tive esses sentimentos, como qualquer outro ser humano, acredito que quando você está em um momento muito triste da sua vida você não quer fazer nada. A atividade física, o fato de ter disciplina e focar no trabalho me ajudaram muito. Mesmo nos momentos mais difíceis, eu estava ali com a minha mente forte e blindada. Tive dias péssimos, de só ficar chorando, mas ainda assim [treinava]. [Pensava assim:] ‘Lava essa cara, levanta essa bunda e vai para academia’. Eu saía de lá muito melhor.
Você já foi muito julgada. Quando começou a namorar com o Belo, as pessoas te apontaram como amante. Você também já foi muito julgada pelo seu corpo. Agora as pessoas estão te abraçando. Imaginava que receberia tanto apoio?
Fui realmente pega de surpresa, eu não sei se pelo fato de ter me habituado a apanhar tanto, porque quando eu comecei a namorar com o Belo, eu não conseguia ir num show, por exemplo, que as pessoas jogavam coco em mim, me queimavam com bitucas de cigarros, [jogavam] cerveja, me xingavam, foi um período muito pesado e eu era jovem. A questão do corpo também, porque eu comecei lá atrás dançando no Tchakabum e todo mundo falava: ‘Nossa, dançarina com o abdômen definido e esses músculos’. E meu empresário me pressionava muito para parar de fazer musculação, porque senão não ia conseguir sucesso na carreira profissional e na TV.
Eu me acostumei muito a apanhar e quando aconteceu esse episódio, até pelo fato de eu ter assumido meus erros e ter me exposto da maneira como eu decidi me expor, eu falei: ‘Cara, agora eu vou apanhar de um jeito que eu acho que você não vou poder nem andar na rua’. De verdade, pensei que eu não ia conseguir ir ao mercado fazer uma compra, ir ao hortifruti, que são as coisas que eu faço na minha rotina, porque já aconteceu isso no passado. E, inacreditavelmente, as pessoas me abraçaram.
Acho que eu acabei criando uma identificação com muitas mulheres que passam por isso no casamento. Eu não digo a traição em si, mas eu digo o distanciamento. A mulher vive muito isso, de estar num relacionamento e, independentemente de existir amor ou não, ser deixada de lado. Os homens também se identificaram [comigo] pela coragem. Está sendo um momento difícil na minha vida sentimental e pessoal com o Belo, mas muito incrível com o ser humano. Acho que eu pude crescer e aprender muito e eu vejo que tem muita gente usando isso também para crescer, para melhorar como ser humano e na vida afetiva. Eu estou realizada com essa fase da minha vida.
Quando surgiram os rumores de que você viveu um affair com o personal, você não negou e nem ficou quieta, você confirmou. O que te motivou a ser franca mesmo temendo o julgamento?
Eu sou uma pessoa que tem dificuldade em mentir, eu até evito ir em podcast que tem uma conversa mais aberta, porque se a pessoa pergunta de sexo, por exemplo, eu vou lá e falo, porque para mim é muito natural. Já aconteceu há 12 anos, quando falei sobre sexo anal. Nem tudo pode se falar para a imprensa, mas eu decidi porque a gente já vinha enfrentando uma tentativa de separação há meses, que estava estagnada e a gente não resolvia, porque existe muito amor na nossa relação, mas não existia mais uma conversa, uma parceria, e são coisas que acho que são fundamentais para um casamento. Decidi expor isso, porque achei que poderia ajudar outras pessoas e ajudar a gente.
Via que naquele momento nós estávamos estagnados naquilo, talvez a gente fosse continuar vivendo aquilo que era uma relação que não existia, porém juntos, porque o Belo sempre teve muito medo da imprensa, ele achava que se a gente separasse poderia profissionalmente ser muito prejudicial e, sim, é muito prejudicial quando envolve a vida pessoal no trabalho, piora muito o lado profissional, mas, para mim, não faz sentido viver uma mentira.
Eu decidi assumir contra a vontade dele. Claro que a gente teve uma discussão absurda por conta disso, porque ele não queria, embora ele já soubesse disso. Ele também já tinha vivido outra relação, porque a gente estava realmente separado carnalmente, mas vivendo na mesma casa e casados no papel. A gente já estava decidido a separar, mas ninguém com coragem de sair de casa.
Você tem se culpado muito, você acredita que o fim da relação foi só por conta de erros seus?
Sou naturalmente uma pessoa que se culpa, eu acho que eu sempre posso melhorar, que sempre posso ser uma pessoa melhor e fazer melhor, é uma característica minha, mas obviamente que eu sei que um casamento depende dos dois. Só que eu não me sinto à vontade de falar o que ele deveria fazer, eu posso falar de mim, eu sei o que eu errei, eu sei que poderia ter ido atrás. Sou uma pessoa muito orgulhosa e eu não gosto de pedir atenção. Eu poderia ter falado: ‘Preciso de mais atenção, eu preciso que você olhe para mim como mulher’. Mas eu sei também exatamente as falhas dele, que foram tão grandes como as minhas, só que eu não me sinto à vontade de falar, eu acho que isso é uma coisa que tem que partir dele.
Teve um fim de semana que você saiu com a sua sogra e, no mesmo dia, viralizou fotos do Belo abraçando a madrinha de casamento de vocês. Como tem sido lidar com toda essa exposição? Ambos estão muito acostumados. É claro que teve coisas que eu li, foram extremamente pesadas e fiquei chateada, mas não é nem por mim, já estou meio que blindada. O Belo se chateia muito mais do que eu e sempre foi assim. Não é nem que eu sou autoconfiante ou que tenho autoestima boa, eu sei quem eu sou. O que o outro fala de mim, se eu não acreditar naquilo, não vai mudar em nada. Só que quando começa a sair muitas especulações, a gente se preocupa com o outro.
Por mais que a minha mãe e a minha sogra estejam com a gente, elas não estão tão acostumadas a lidar com isso, são mais velhas. Acabava [que quando] eu chegava em casa, a minha sogra falava: ‘Você sabe que ele não tem amante, né?’. Ou: ‘Você sabe que é mentira esse negócio que deu um apartamento’. Eu via que ela estava angustiada por achar que eu pudesse acreditar naquilo. Nesse ponto incomoda. Nessa ocasião que eu tirei foto com ela [Terezinha Vieira], foi um dia superdivertido, minha sogra é muito engraçada. Acabei tirando a foto e botei minha sogra [no post] e acho que fui idiota, não deveria ter colocado porque ia gerar essa especulação.
O Belo estava no shopping e foi fotografado com essa nossa madrinha, que é a Andressa, eu ri dessa história, só que a Andressa me ligou chorando. São essas coisas que me magoam. Ela falou: ‘Amiga, fora terem me chamado de amante, me chamaram de feia e brega’. Esse tipo de coisa acaba magoando porque afetam pessoas que a gente ama tanto e que não têm nada a ver com a nossa vida, mas pessoalmente não ligo mais.
Como que você tem se percebido como mulher nesse período solteira?
Acho que ainda não vivo como solteira. Primeiro, porque estou completamente desabituada. Teve um fim de semana que eu estava em São Paulo e meus amigos falaram: ‘Vamos sair, você precisa se divertir, está solteira’. Eu não sei que roupa que veste para ir a uma boate. Falaram: ‘É vestidinho curtinho’. Eu falei: ‘Eu não tenho um vestidinho curtinho’. Eu tenho algumas roupas que eu uso que são mais curtas, mas são de trabalho que o contratante manda. Se você pegar minhas roupas, eu só tenho calça social, blazer, são [roupas] mais tampadas, porque são para os lugares que eu frequento. Eu quase não saio, a gente como casal quase não saía também, foi um dos pontos que também fez a gente ser afastar.
Na semana do Dia dos Namorados, as pessoas meio que se ligaram que eu estou solteira, porque eu recebi milhares de convites e xavecos, paqueras, nem sei como é que se fala hoje em dia (risos). Mas eu estou em uma fase me curando, é uma fase comigo mesma. Eu não estou aberta para conhecer novas pessoas. Eu acho que primeiro eu preciso estar bem comigo mesma, me reconectar, me perdoar, me curar e ressignificar muitas coisas para aí poder conhecer outras pessoas. Não que me impeça de sair, mas eu ainda acho que estou mais reclusa e focando mais em trabalho mesmo.
Vocês dois falaram que o amor ainda existe e você já falou que conversa com ele todos os dias por mensagem. Você acha que se não fosse toda essa exposição, vocês já teriam se acertado e voltado? Eu acredito que sim. Estou falando por mim, não posso falar por ele, de repente ele tem um pensamento completamente diferente do meu. Mas tenho certeza que a gente se ama, eu acho que o nosso amor até se transformou muito e amadureceu nesse período. Inacreditavelmente, a gente conversa todos os dias e, agora, a gente conversa de verdade, coisa que eu não sentia há muitos anos. Ele me falou coisas que nunca tinha se aberto 100% comigo e acho que eu também não, então, independentemente da gente voltar ou não como casal, sinto que a gente está muito mais conectado. Tenho certeza que amigos a gente vai ser sempre e mesmo que tenha sido muito ruim o que a gente passou, porque é muito sofrimento estar longe da pessoa que você ama, de certa forma isso foi bom para a gente se conhecer mais.
Eu acho, sim, que se a gente tivesse mais liberdade de estar junto [a gente poderia se acertar], porque a gente acaba que não se encontra porque tem paparazzi que está seguindo e, como a gente não sabe o que vai ser, a gente evita esse tipo de exposição. A gente precisa de um tempo, mas se a gente tivesse a liberdade de conversar mais, eu acredito que teríamos nos reconectado como casal e estaríamos nos reconhecendo novamente para talvez ficarmos juntos.