Filhos e viúva de Asa Branca disputam herança na Justiça

Sandra dos Santos e três dos cinco filhos do locutor de rodeios disputam na Justiça questão do inventário; Herdeiros também processam viúva por danos morais

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Sandra dos Santos, viúva de Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos, que morreu em fevereiro de 2020 vítima de um câncer na mandíbula, está em uma batalha na Justiça contra três dos cinco filhos do locutor de rodeios. Eles deram entrada na ação de Inventário, dez dias após o enterro do pai.

A viúva diz que os filhos de Asa Branca querem os direitos da marca do pai, inclusive do documentário e do livro autobiográfico do artista. Procurado pela Quem, o advogado Rogerio Bianchi, que representa os três filhos do locutor, diz que “o direito da imagem pertence aos herdeiros”.

“Poucos dias após o enterro, descobri que eles tinha entrado com uma ação contra mim. Eles querem tudo o que envolve o nome dele, a marca registrada. Só que em 2016, o Ruy fez a doação judicial da marca para mim. Ele disse na ocasião que não confiava nos filhos e que sabia que se dependesse deles, eu ficaria desamparada caso ele morresse. Estou muito triste com essa situação”, conta Sandra em conversa com a Quem.

HERANÇA
Ela também afirma que os filhos pedem por bens como um carro e um terreno em um condomínio fechado em Brasília.

“Eles estão pedindo até o carro que estava no meu nome. Esse carro é meu. Sou aposentada e pensionista. Comprei com o dinheiro que recebi de INSS atrasado. Sou casada com comunhão parcial de bens, que significa que tudo o que o casal constrói junto tem que ser dividido. Nós não construímos nada juntos, ao contrário, eu quase fui à falência por causa do Asa. Vendi joias, relógio, casa e até carro para conseguir pagar remédios, tratamento e dívidas. Eles também pedem pelo terreno. Eles realmente têm direto a uma parte dele, mas o problema é que não tem documento, o terreno está interditado por causa de uma dívida de 20 mil de condomínio atrasado”, afirma.

O advogado Rogerio Bianchi explica que os filhos apenas querem tranparência no inventário para ter conhecimento sobre o que eles teriam direito. Ele ressalta que os três não querem tirar nada que seja de direito da viúva.

“Ninguém quer tirar o que é dela. Os herdeiros querem garantir apenas a transparência na transmissão de bens, mas ela, a princípio nem queria abrir o inventário. Não entedemos o motivo, já que fazer um inventário é algo comum após qualquer morte. Os filhos nem fizeram oposição à condução dela como inventariante. Mas temos sofrido com os obstáculos que a Sandra tem colocado para o fornecimento de informações, documentos e contatos”, afirma o advogado.

O advogado também comenta a questão dos diretos sobre a marca Asa Branca e da inserção do carro, que ela afirma ter comprado com dinheiro próprio, no inventário. “No processo, ela reconhece que o carro foi adquirido durante o casamento. Então ele tem que entrar na partilha de bens. Ela diz que comprou com o dinheiro dela, mas após a união, o fruto do rendimento dela e do Asa Branca eram um patrimônio comum do casal. Quanto a questão do direito da marca Asa Branca, ela tem um documento que mostra a doação deste direito a ela. O juiz entendeu que o contrato não transmite o direito sobre a imagem, só o de marca. O direito então da imagem pertence aos herdeiros. A gente tem a expectativa que o filme e livro possam render algum valor. Se isso for comprovado, os herdeiros têm os direitos sobre isso.”

OBJETOS PESSOAIS
Segundo Sandra, após a morte do marido, ela teve que arcar com as despesas e dívidas deixadas. Ele morreu após anos lutando contra um câncer e HIV, que geraram várias complicações em sua saúde. Por conta disso, ela teria vendido o carro. “Antes dele morrer, a gente estava vivendo de vaquinha e doações. Vendi o carro por 23 mil reais para conseguir pagar as dívidas. Só o velório foi dez mil reais. Depois paguei dívidas e quitei tudo do cartão. Tenho como comprovar tudo.”

Sandra afirma que os filhos pedem até itens pessoais, como roupas dos pais. Ela diz que muitas peças foram doadas e que guarda apenas um casaco e bota por questões afetivas.

“Fiquei apenas com um casaco e par de botas dele. Tive que tirar foto até disso para colocar no processo. Vou para a cadeia, mas não vou dar esse casaco e botas para eles. É uma questão sentimental. Cuidei do Asa sozinha. Não teve ninguém da família dele para dar copo de água para ele.”

O advogado dos filhos nega. “Ela falou que estamos querendo roupas do Asa Branca, mas isso não é verdade. Ela mencionou que vendeu várias coisas e a gente só pediu para ela indicar os bens que foram vendidos, com exceção de roupas. A lei manda isso.”

DANOS MORAIS
Sandra também está sendo acusada de danos morais aos autores da ação por ter dito em entrevistas para alguns veículos que eles não tinham uma relação boa com Asa Branca.

“Entraram com um processo contra mim porque eu disse que eles nunca se preocuparam com o pai. Mas tudo que falei é verdade. Posso provar. Eles estão precisando de dinheiro e estão atirando para todo lado. No inventário não vai ter dinheiro, porque não tem mesmo. Fizeram até uma busca, não tem nada no nome do Asa. O que tem é 62 mil reais do carro que o Asa comprou, não pagou e passou para o amigo. Mas não tem possibilidade de eles ganharem porque eu não inventei nada, não falei nada que fosse mentira”, justifica.

Dr. Bianchi diz que Sandra expôs os herdeiros com inverdades na TV. “Os filhos do falecido sempre tiveram uma relação muito harmoniosa, de muito amor, carinho e respeito com pai. Como em toda relação entre pais e filhos, houve sim alguns desentendimentos, o que é normal na vida de qualquer família, mas que logo foram resolvidos. A Sandra expôs os nomes dos herdeiros, que por tantos anos foram protegidos por suas mães. Um dos filhos chegou até a receber ameaças de morte após um aúdio totalmente fora de contexto dele vazar e ser compartilhado em um programa de TV. Estamos processando a Sandra por danos morais e estudando uma queixa-crime.”

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