Ana Hickmann desabafa após novo julgamento do cunhado: “ninguém comemora uma situação como essa”
Nessa terça-feira (11.09), Gustavo foi absolvido da acusação de matar Rodrigo Augusto de Pádua, que se dizia fã da apresentadora e planejou atentado contra ela
Ana Hickmann relembrou mais uma vez o episódio dramático vivido em 2016. Nesta terça-feira (10.09) seu cunhado, o empresário Gustavo Correa, passou por um novo julgamento onde foi acusado de matar Rodrigo Augusto de Pádua, no Hotel Caesar Business, em Belo Horizonte.
Na época, Pádua estava armado e invadiu o hotel onde Ana Hickmann, sua ex-cunhada, Giovana, e seu cunhado estavam hospedados e fez os três de reféns. Na ocasião, Gustavo entrou em luta corporal com o rapaz e acabou matando-o. Ele tinha sido absolvido em primeira instância e ontem a Justiça de Minas Gerais manteve a absolvição entendendo que o ato ocorreu em legítima defesa.
Em entrevista à Vogue Brasil, a apresentadora comemorou o desfecho do caso e espera que essa vitória represente o desfecho definitivo dessa história. “São alguns anos sofrendo com essa história que aconteceu comigo, com minha amiga e ex-cunhada Giovana, e com o Gustavo que é meu cunhado e como um irmão. O que aconteceu nessa terça-feira pra gente, se Deus quiser, é sim um ponto final nesse sofrimento, nessa angústia, nesse verdadeiro pesadelo que começou no dia 21 de maio de 2016”, disparou.
“Do fundo do meu coração espero sim, que seja definitivo, afinal de contas temos uma juíza que deu causa pra gente como legítima defesa, absolveu o Gustavo, agora três desembargadores e espero do fundo do meu coração que a gente não tenha mais que falar sobre esse assunto porque é muito doloroso ter que reviver esses traumas e todas as palavras, todos os momentos de angústia, de pânico, de terror, de medo de morrer, medo de achar que a Giovana iria morrer, medo do que iria acontecer com o Gustavo. Tanta coisa que a gente volta a viver por conta disso e pra gente sim, então é um ponto final”, disse Ana que apesar do alívio não comemora a tragédia. “Se você me perguntar se eu estou comemorando, não estou. Porque ninguém comemora uma situação como essa até porque uma vida se foi com toda essa tragédia. Mas a palavra pra família toda hoje e principalmente pro Gustavo e para os pais dele é ‘aliviados’. Toda essa tortura acabou com a gente.”
Aos 38 anos, ela disse ainda estar fazendo acompanhamento psicológico. “Fiz tratamento sim, depois de tudo aquilo não tem como. De tempos em tempos eu volto na psicóloga e até continuo com o psiquiatra que me ajudou muito e se tornaram grandes amigos. Eu não sei se algum dia eu vou ter alta, mas eles me ajudam muito a entender situações da vida e aprender a lidar com isso. Assim como eu disse no texto que eu publiquei nas redes sociais ‘as feridas elas vão continuar, tem coisas na vida que a gente não consegue apagar nunca, mas eu gostaria que essa história tivesse um ponto pra gente poder virar a página. Sair da nossa história jamais, faz parte dela, mas pelo menos virar a página a gente tem esse direito.”
Segundo Ana, esse assunto ainda tira o sono da família, mas ela acredita que agora conseguirão dormir tranquilos. “Acho que hoje minha família vai poder ficar em paz. Meu cunhado vai poder seguir a vida dele, continuar o que ele faz brilhantemente que é seu trabalho como empresário na área de eventos e franquias, tem tanta coisa que a gente quer fazer. Tirar esse tipo de situação do caminho, com certeza vamos dormir melhor e viver mais leves.”
Ainda que difícil, a mãe do pequeno Alexandre, conseguiu tirar uma lição de toda essa história. “A lição é que a vida é um sopro e tudo passa em um piscar de olhos. Quando a gente acha que pode deixar pra amanhã algo importante, eu descobri que não. Temos que viver hoje, ser felizes hoje, lutar pelas coisas que queremos hoje. Não amanhã. E também, temos que tirar boas lições e aprender e crescer com isso. Mesmo que seja muito difícil ou as vezes impossível de acreditar que aquilo aconteceu com você. É dar valor as pequenas coisas e dar valor cada vez mais a minha família que sempre foi tão importante.”
Relembre o caso
Em 21 de maio de 2016, Ana, Gustavo Corrêa (irmão do marido de Hickmann) e Giovana — então esposa de Correa, que trabalhava como assessora da apresentadora — estavam hospedados em um hotel em Belo Horizonte quando foram abordados por Rodrigo Augusto de Pádua, que se identificava como fã de Ana.
Segundo informações no inquérito, Rodrigo foi ao hotel com um revólver porque fora bloqueado das redes sociais da apresentadora, por mandar mensagens insistentes. Ele tomou os três como reféns em um quarto e, segundo afirmou Corrêa em interrogatório, acionou o gatilho para fazer “roleta russa” (atirar de forma aleatória com apenas uma bala no revólver). A apresentadora desmaiou, o invasor se irritou e atirou na direção dela, acertando Giovana. Após o tiro, Corrêa saltou sobre Pádua para tomar a arma. Já no chão, após luta corporal, ele pegou o revólver e deu três tiros na nuca do invasor, que morreu. As duas mulheres já haviam deixado o quarto, e o cabeleireiro da apresentadora, Júlio da Silva, estava do lado de fora do quarto e ouviu a disputa.
Após ser baleada, Giovana ficou internada no Hospital Biocor em Minas Gerais e, depois foi transferida para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ela teve alta no dia 2 de junho de 2016. Gustavo foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais por homicídio doloso, quando há a intenção de matar, sob o argumento de que houve excesso na legítima defesa. À época, o promotor Francisco Santiago disse que seu argumento estava fundamentado no local em que haviam sido dados os tiros, na parte de trás da cabeça. Em abril do ano passado, Gustavo foi absolvido da acusação de homicídio. A juíza avaliou que ele agiu em legítima defesa. Sobre o excesso, escreveu que “não era exigível comportamento diferente de Gustavo”, já que “utilizou do meio que dispunha para se defender (a arma trazida pela própria vítima).”