Inep: primeiro dia de Enem tem abstenção recorde de 51,5%
Alexandre Lopes, diretor do instituto, apresentou balanço detalhado da aplicação do exame; ausência é o dobro de 2019
O Ministério da Educação e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgaram neste domingo (17) um balanço detalhado do primeiro dia de realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por meio de uma coletiva de imprensa, em Brasília. De acordo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes, o índice de abstenção ficou em 51,5 —maior da história. O recorde até então havia sido em 2009, quando 37,7% dos inscritos não realizaram as provas.
O ministro Milton Ribeiro atribuiu ao medo de ser infectado pelo novo coronavírus e o “trabalho contra” de parte da imprensa a responsabilidade pelo baixo comparecimento nesta edição. “Nós tínhamos algo em torno 5,7 milhões de candidatos inscritos. Nesse ano, nós tivemos um número maior de abstenções, parte pela dureza da questão do medo de contaminação e em parte por um trabalho de mídia contrário ao Enem muito grande. De uma maneira meio injusta. Não foi feito o mesmo trabalho contra o vestibular da Fuvest, embora em menor proporção, claro.”
O chefe da pasta classificou, também, como “vitoriosa” a realização das provas em meio à crise sanitária. “As coisas caminharam muito bem. Tivemos, naturalmente, algumas dificuldades e ruídos, em locais bem pontuais, que no volume todo da aplicação é muito pequeno e, por isso, eu quero registrar a minha gratidão a todos. Qualificar o Enem em meio a uma pandemia é algo vitorioso, para não atrasar mais a vida de milhões de estudantes.”
Logo na sequência, o presidente do Inep ressaltou que nenhum local de prova foi interditado ao longo do primeiro dia de aplicação do Enem. “Reafirmamos nosso compromisso de realização de uma prova com segurança do ponto de vista sanitário. As normas e procedimentos de segurança estabelecidos pelo Inep foram cumpridos durante a execução da prova”, afirmou Lopes.