Vamos nos livrar da inflação e crescer antes das economias avançadas, afirma Guedes
Avaliação do ministro leva em conta que o Brasil adiantou política contracionista com a redução de estímulos fiscais e alta dos juros
O Brasil vai se livrar da inflação e crescer antes das economias avançadas, disse nesta quarta-feira (25) o ministro da Economia, Paulo Guedes, mencionando que o país se adiantou na redução de estímulos fiscais e na implementação de uma política monetária contracionista.
Em painel sobre endividamento global no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Guedes reafirmou que bancos centrais de todo o mundo dormiram ao volante, colocando o Brasil como exceção. “Fizemos política fiscal contracionista, política monetária contracionista, o BC está bem à frente da curva”, disse.
A inflação no Brasil segue em alta e ainda não deu sinais concretos de recuo. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – 15) subiu acima do esperado e registrou o resultado mais intenso para maio em seis anos, com a taxa acumulada em 12 meses bem acima de 12% e no maior nível em 18 anos e meio.
No evento, Guedes voltou a dizer que o FMI (Fundo Monetário Internacional) errou projeções para o desempenho da economia e dos dados fiscais do Brasil, citando previsão de que a dívida bruta do país poderia superar 100% do PIB (produto interno bruto), o que não ocorreu – hoje está em 78,5% do PIB.
O ministro explicou que o governo brasileiro retirou estímulos fiscais ainda durante a pandemia de Covid-19, e ressaltou que a política monetária no país também se adiantou em relação à de outras nações.
Segundo ele, países que hoje trabalham para retardar a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), como França e Bélgica, deveriam apoiar o acesso antes que se tornassem irrelevantes para os brasileiros.
Como exemplo, o ministro citou o dado de que, enquanto houve forte crescimento do comércio do Brasil com a China nos últimos anos, a França aumentou pouco essa participação. “Hoje nosso comércio com a China é de US$ 100 bilhões, com a França é de US$ 7 bilhões, é irrelevante para nós”, afirmou.