Vale a pena investir em renda variável no exterior?
Investir em renda variável no exterior pode trazer uma série de vantagens para o investidor brasileiro. E, hoje em dia, é possível fazer isso de forma bastante simples. Basta abrir uma conta, no Brasil, em uma corretora que faça esse tipo de transação financeira e administrar tudo pelo aplicativo, diretamente no celular.
Entre as principais vantagens de investir em renda variável no exterior, podemos citar:
Exposição a moedas fortes
O dólar é uma referência cambial global na economia, e vários países possuem reservas financeiras em dólar. Para quem investe, ter parte do patrimônio em dólar ajuda a proteger a carteira de crises e choques globais, porque boa parte do fluxo de capital corre em direção ao dólar em momentos de estresse.
Diversificação geográfica
Todo país está sujeito a riscos próprios. Quando o Brasil passa por uma crise econômica ou por dificuldades nas contas públicas, o mercado doméstico tende a passar por períodos de volatilidade. Investindo internacionalmente, você mitiga parte desses efeitos e uma parte menos relevante do seu patrimônio fica exposta a eventos específicos do Brasil.
Exposição a mais setores
Além de proteção, essa diversificação também significa uma busca por oportunidades mais variadas. O Brasil representa menos de 1% do mercado de ações e menos de 2% do mercado de dívida globais, segundo o Bank of International Settlements. Mundialmente, há oportunidades em setores pouco representados no nosso mercado, como tecnologia, por exemplo, além da possibilidade de investir nas maiores e mais inovadoras companhias do mundo.
A liquidez do maior mercado do mundo
A bolsa americana é a maior do mundo também em movimentação de dinheiro. Com mais pessoas investindo e mais dinheiro circulando entre os ativos listados, a liquidez aumenta e fica mais fácil encontrar contrapartes para os seus negócios diariamente.
Investir na bolsa americana
Paula Zogbi, da fintech Nomad, plataforma que oferece conta internacional e possibilidade de investir nos Estados Unidos, explica que a principal diferença entre investir em renda variável no exterior e no Brasil está no perfil das companhias.
“Enquanto no Brasil o mercado é dominado principalmente por commodities e bancos, nos Estados Unidos o mercado de tecnologia é o maior, e empresas do mundo inteiro optam por listar suas ações nas bolsas de Nova York”, explica. “Por isso, é mais comum encontrar companhias que estão na vanguarda da inovação por lá.”
Além disso, existem mais opções de ativos nos Estados Unidos. Isso vale para ações – são mais de 8 mil nas bolsas americanas contra cerca de 400 na B3 -, mas também para os ETFs – mais de 2 mil nos Estados Unidos, segundo o site ETFs.com, contra 85 no Brasil, segundo a B3. Os ETFs são fundos de investimento com cotas negociadas na bolsa de valores.
Em relação a como investir em renda variável no exterior, Zogbi explica que, na prática, o processo é bem parecido ao passo-a-passo para investir em ações no Brasil. “A diferença é a necessidade de abrir uma conta em corretora que opere lá fora e fazer uma remessa, convertendo reais em dólares”, diz. “Os dois processos são feitos de maneira simples e rápida por plataformas como a Nomad.”
Cuidados ao investir em renda variável no exterior
Investir no exterior requer os mesmos cuidados que um investidor tem ao investir no Brasil. A dica é começar escolhendo uma instituição confiável e regulada pelos órgãos oficiais, para evitar problemas. Depois, faça o teste para descobrir seu perfil de investidor e não errar na exposição ao risco. Na hora de escolher as empresas, compreenda o momento do setor e do segmento, confira o histórico da companhia e estude o negócio para entender o potencial de retorno futuro, evitando surpresas, aconselha Zogbi.
E se você está pensando que é preciso muito dinheiro para investir no exterior, está enganado. Na Nomad, por exemplo, é possível acessar o mercado de renda variável americano via ETFs a partir de 1 dólar, diz Zogbi. “Então, é possível considerar que a barreira de entrada é muito menor hoje do que já foi um dia”, afirma. “Caso queira selecionar ações para investir, vai depender muito do preço atual do papel.”