‘Tudo dentro do previsto’, diz Paulo Guedes sobre resultado do PIB de 2019
Resultado foi divulgado nesta quarta (4) e, segundo IBGE, PIB cresceu 1,1% em 2019, menor alta em 3 anos. Ministro da Economia disse que não entendeu 'comoção' com resultado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (4) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 ficou “dentro do previsto”.
Mais cedo, nesta quarta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,1% em 2019, registrando a menor alta em três anos (veja detalhes no vídeo acima).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
“À medida que as reformas vão acontecendo, e elas vão ser implementadas, o Brasil vai reacelerando. Então, está tudo dentro do previsto. Eu nem entendi essa comoção toda: ‘Ah, 1,1%’. O que que eles esperavam? Era 1% que nós tínhamos dito que ia crescer no primeiro ano. No segundo ano, a gente acha que é acima de 2%, prosseguindo com as reformas”, declarou o ministro.
Depois o presidente Jair Bolsonaro também foi questionado sobre o tema. Disse que, apesar da crise do coronavírus, a expectativa é que em 2020 o PIB melhore. Questionado sobre como o governo avalia ter previsto o dobro de crescimento, o presidente respondeu:
“A expectativa, é o que eu sempre falo: ‘Bota a expectativa mais baixa possível’, para evitar justamente esse tipo de pergunta.”
O resultado já era esperado pelos analistas do mercado financeiro, que passaram a projetar mais um ano de taxa próxima de 1%. No começo de 2019, a estimativa era de alta de mais de 2% no ano.
De acordo com os dados do IBGE, o consumo das famílias cresceu pelo terceiro ano seguido em 2019 e ajudou a sustentar, mais uma vez, a expansão do PIB. As compras, porém, perderam fôlego diante da baixa confiança das pessoas no mercado de trabalho.
Previsões para 2020
Também nesta quarta, logo após participar de um evento com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, Paulo Guedes reafirmou que a estimativa é que a economia brasileira cresça 2% em 2020.
Segundo o ministro, o PIB dos últimos trimestres de 2019, na comparação com o mesmo período de 2018, indica que a economia está “reacelerando”. Para Guedes, se o governo conseguir aprovar outras reformas no Congresso, será possível atingir o percentual de 2%.
“Se você pegar o quarto trimestre do ano passado, sobre o quarto trimestre de 2018, 1,70%, estava quase chegando em 2%. A economia brasileira está claramente reacelerando. Se nós mantivermos as reformas, ela vai crescer os 2%, um pouco até acima dos 2% que nós estamos esperando. Esperávamos 1%, veio 1,1%. Se as reformas continuam nós achamos que vamos passar de 2%”, disse o ministro.
“Eu não diria que houve surpresa nenhuma. Eu até estou surpreso com a surpresa que vocês estão tendo”, acrescentou.
Coronavírus
Questionado sobre o impacto do surto de coronavírus na China, principal parceria comercial do Brasil, Guedes admitiu eventuais prejuízos, mas ressaltou que o Brasil tem dinâmica própria de crescimento, que poderá ser acelerada com as reformas.
“O Brasil tem sua própria dinâmica de crescimento. Se nós fizermos as nossas reformas, nós vamos reacelerar o nosso crescimento econômico independentemente do coronavírus. Vai atrapalhar um pouco, mas nós temos potência suficiente para superar esse efeito”, completou.
Segundo semestre mais ‘dinâmico’
Também nesta quarta, o secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que o resultado do PIB no ano passado veio em linha com o esperado.
“A dinâmica do ano passado, separada por semestres, mostra um segundo mais forte e dinâmico do que o primeiro. Porque aprovamos a maior reforma paramétrica da reforma da previdência no Brasil. Veja a dificuldade de outros países. E medidas como o FGTS, que antecipamos a devolução de R$ 43 bilhões”, declarou.
Para este ano, o secretário afirmou que é importante manter a agenda de reformas, com a votação da PEC dos fundos públicos, além das PECs da emergência fiscal, do pacto federativo, e mudanças no regime de recuperação fiscal dos estados. Também defendeu a aprovação das reformas administrativa e tributária.