Se alíquota do IVA chegar a 27%, reforma pode travar, diz Mendonça de Barros

Economista da MB Associados acredita em um teto de 25% para que a proposta seja aprovada sem atrasos no Senado.

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O economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, afirmou acreditar que o possível aumento da alíquota do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para algo em torno de 27% pode travar a aprovação da reforma tributária que tramita no Senado Federal.

Durante painel no Warren Institutional Day nesta segunda-feira (28), em São Paulo, o economista mencionou o alto volume de exceções ao texto da reforma tributária que chegaram à Câmara dos Deputados, aprovada em julho, e que agora seguiu para análise e votação na outra casa legislativa.

De acordo com ele, a previsão da MB Associados é de que a reforma pode não ser aprovada caso a alíquota se mantenha no nível previsto. “A reação dos stakeholders será tão grande que não será um programa viável. Esse é o risco que temos”, afirmou.

Ao InvestNews, ele afirmou acreditar que uma alíquota geral de 25% seria o teto para a reforma tributária não ser adiada no Senado, o que traria consequências negativas para as expectativas.

“Se o Senado colocar mais algumas exceções à reforma, poderia chegar a mais de 30%, minha hipótese é que ficaria politicamente e economicamente inviável”.

MENDONÇA DE BARROS, ECONOMISTA DA MB ASSOCIADOS.

 

Ele disse achar que haverá uma força-tarefa para administrar as exceções de modo que a alíquota fique em um nível viável para a aprovação.

Resistência a mudanças

Mendonça de Barros acrescentou que embora os executivos do governo ainda estejam tranquilos com a hipótese de que a reforma tributária será aprovada, caso isso não ocorra, “haveria uma reversão de expectativas que seria péssima para todo mundo, inclusive para o Congresso”.

Ele também afirmou que, em sua percepção, o conjunto de medidas proposto para aumentar a arrecadação não deve gerar nem metade da receita que se imaginava inicialmente, da ordem de R$ 120 bilhões a R$ 150 bilhões em dois anos.

Entre as medidas previstas para entrar na pauta de discussão do Congresso, estão a taxação de fundos exclusivos e offshore e o fim do pagamento de juro sobre capital próprio (JCP).

Embora exista resistência de determinados setores às mudanças nas regras tributárias propostas pela reforma, o economista da MB acredita que, na essência, haverá um grande ganho de produtividade para as empresas que produzem e distribuem produtos para o Brasil.

“Empresários focados no curto prazo não estão vendo que estão subestimando que a reforma vai simplificar o custo para as empresas após a simplificação ser aprovada. Como economista, para mim esse é um grande ganho”

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Fonte investnews
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