Petrobras é informada sobre indicação de Jean Paul Prates para presidência da estatal
Após trâmites na Casa Civil da Presidência e envio formal pelo Ministério de Minas e Energia, nome do senador será submetido a processo de governança interna, informou a empresa em comunicado.
A Petrobras recebeu nesta terça-feira (3) ofício do Ministério de Minas e Energia que confirma o senador Jean Paul Prates (PT-RN) como indicado para o cargo de presidente e membro do conselho de administração da estatal.
Segundo o documento, a indicação oficial será formalizada após trâmites na Casa Civil da Presidência da República. “Tão logo a documentação seja analisada e retorne ao Ministério das Minas e Energia, será encaminhada à Petrobras”, informou a empresa em comunicado.
“A indicação, após efetivada, será submetida ao processo de governança interna, observada a Política de Indicação de Membros da Alta Administração, para a análise dos requisitos legais e de gestão e integridade e posterior manifestação do Comitê de Elegibilidade”, continuou a petroleira.
A decisão de indicar Jean Paul Prates para o comando da estatal foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 30 de dezembro. Prates já era apontado como o principal cotado para o cargo.
Quem é Jean Paul Prates
O indicado à presidência da petroleira é advogado, economista, ambientalista, empreendedor e dirigente sindical, segundo a sua própria biografia.
- Tem mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais.
- Na área de petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 1980. Em 1991, fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo.
- Prates ainda trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
- Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.
- Em 2014, foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período 2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do Norte, com a eleição e posse de Bezerra.
- Como senador, foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e da Frente em Defesa da Petrobras.
- Prates cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania.
- Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.
- Botafoguense, foi diretor de futebol do Alecrim Futebol Clube em 2015.
O que pensa Prates
No dia 30 de dezembro, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos combustíveis.
Em uma de suas falas no mesmo mês, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.
“[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando”, afirmou.
- Ele defende que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia abandonada pela gestão anterior.
- O senador também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis, diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.
- Prates, durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo.
- Segundo o petista, uma das possibilidades seria a implementação de um “colchão de amortecimento”, ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores cobrados dos consumidores possam ser menores.
- Ele também é crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
- Porém, prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.