Importação maior de carros elétricos da China explica piora na balança, diz FGV

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A alta das importações de carros elétricos da China para o Brasil explica boa parte da piora do superávit da balança comercial brasileira em junho de 2024, segundo comentários do relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex),da Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês, o saldo positivo foi de US$ 6,7 bilhões, uma queda de US$ 3,4 bilhões em relação a junho de 2023.

Essa queda se deu pelo recuo em valor de -1,9% nas exportações, mas especialmente pelo aumento de +14,4% nas importações.

O saldo da balança comercial no primeiro semestre do ano foi de US$ 42,3 bilhões, um recuo de US$ 2,3 bilhões em relação a igual período de 2023. No acumulado do ano até junho, a variação no valor exportado foi de +1,4% e das importações de +3,9%.

Na análise do volume importado da indústria de transformação por categoria de uso, na comparação mensal e semestral, foi citado como destaque o crescimento de 320% nas compras de bens duráveis entre os meses de junho de 2023 e 2024.

“No momento atual, esse aumento está relacionado principalmente aos veículos de passageiros, em especial veículos elétricos oriundos da China”, apontou o Icomex.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações totais de veículos de passageiros aumentaram 432% em valor e 473%, em quantidade na comparação entre os meses de junho deste e do ano passado. E os veículos foram o principal produto importado, com participação de 8,9%, superando os óleos combustíveis, com participação de 5,8%.

A FGV comenta no relatório que uma das consequências do aumento das importações de veículos elétricos da China foi a alteração no cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos: 10% de Imposto de Importação em janeiro de 2024; 18% em julho de 2024; 25% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026.

A razão seria poder assegurar o fortalecimento da produção desses veículos no Brasil.

“As perspectivas para a balança comercial não apresentam novas tendências, exceto um possível efeito negativo com as notícias sobre o menor crescimento chinês. Isso poderá reduzir a demanda por importações da China e, ao mesmo tempo, intensificar a venda de produtos chineses no mercado internacional, o que tem aumentado o número de medidas protecionistas no mundo contra o país”, diz o relatório.

Exportações

Sobre as exportações, o recuo no volume embarcado em junho em junho foi liderado pelas vendas de produtos não commodities (-16,6%), enquanto as commodities registraram aumento de +7,7%.

Na comparação entre os dois primeiros semestres de 2023 e 2024, o mesmo comportamento se repetiu: queda de -7,6% das não commodities e aumento de +12,0 das commodities.

A participação das commodities nas exportações totais do Brasil passou de 68% para 71%, entre o 1º semestre de 2023 e o de 2024. Esse é maior percentual desde 1997.

“Observa-se que no auge do ‘boom’ de commodities era de 59%, em 2011. Em 2019, era de 62%, depois aumentou para valores entre 68% e 70% (2021). Durante a pandemia da covid-19, o percentual aumentou e depois não recuou.”

O resultado, em volume, da indústria extrativa em junho é explicado pelo desempenho das exportações de petróleo bruto, com variação de +31,6%, segundo dados divulgados na balança comercial da Secex, comparticipação de 12,8% nas exportações totais brasileiras. O minério de ferro, com participação de 8,9%, registrou queda em -3,0% no volume.

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Fonte infomoney
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