Gestora de US$ 2 trilhões diz que Brasil será estrela dos mercados emergentes
A gestora americana Pimco aponta que o Brasil tem a oportunidade de se destacar entre os mercados emergentes na próxima década, "mas não pode tropeçar"
247 – A Pimco, empresa que gerencia cerca de US$ 2 trilhões em ativos globalmente, selecionou o Brasil como uma das principais escolhas entre os países emergentes, como México, Índia, Indonésia e Vietnã. De acordo com a visão da gestora americana, o Brasil é considerado uma “estrela em ascensão” quando comparado aos seus pares. O país tem se beneficiado de favoráveis condições macroeconômicas, impulsionando um rali nos ativos brasileiros.
Pramol Dhawan, diretor de portfólio de mercados emergentes da Pimco ressaltou que a possibilidade de ganhos adicionais depende do avanço nos compromissos fiscais e da agenda de reformas. “Precisamos ver a validação da agenda fiscal, a agenda do governo, especialmente em relação ao aumento de receita atendendo aos objetivos fiscais, para que alguns desses preços de ativos sejam validados”, disse ele, em entrevista à agência Broadcast.
Questionado sobre a agenda de crescimento conduzida pelo governo, o analista avaliou que o Brasil tem a oportunidade de se destacar entre os mercados emergentes na próxima década. “O Brasil tem a capacidade de ser visto como uma verdadeira estrela em ascensão nos mercados emergentes. Se esta administração for capaz de passar o fio na agulha em termos de gestão fiscal e monetária, e considerando que o Brasil nos próximos três a cinco anos será um incrível exportador agrícola, pode se beneficiar do amplo investimento de capital nos mercados emergentes, fortalecendo os preços de ativos. E, realmente, o Brasil, que sofreu na última década com desafios políticos e de crescimento, na próxima, pode ser incrivelmente favorável, mas não pode tropeçar”, disse.
Na entrevista, Dhawan também considerou que o governo do presidente Lula “não é um governo fiscalmente prudente em sua totalidade, mas não é também uma gestão com um fiscal carente – e o mercado estava muito preocupado”. “Ao não mudar a meta da inflação, identificar e selecionar um bom time para o Ministério da Fazenda, com a ajuda de uma gestão fiscal, [o governo Lula] envia os sinais certos para o mercado. Em última análise, se o Brasil quer implantar um espaço fiscal, o melhor jeito de fazê-lo é permitir que os preços de mercado se ajustem ao prêmio de risco fiscal mais favorável, de modo que reduza o custo de empréstimos para o governo. Depois de sofrerem por comentários negativos sobre inflação e a agenda fiscal da administração, o impressionante desempenho superior dos preços dos ativos brasileiros está correlacionado à queda do prêmio de risco fiscal no Brasil”, afirmou.