FMI sinaliza obstáculos à reestruturação de dívidas e diz que proibir cripto deve ser uma opção
China cobrou G20 a conduzir uma análise dos problemas da dívida global, à medida que cresce pedidos para que haja um desconto nos empréstimos
As nações do Grupo dos 20 (G20) têm algumas divergências sobre a reestruturação da dívida para economias em dificuldades, disse s chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) neste sábado (25), acrescentando que a proibição de criptomoedas privadas deve ser uma opção.
A presidência do G20 da Índia ocorre no momento em que seus vizinhos do sul da Ásia, Sri Lanka, Bangladesh e Paquistão, buscam fundos urgentes do FMI devido a uma desaceleração econômica causada pela pandemia de covid e a guerra Rússia-Ucrânia.
A China, o maior credor bilateral do mundo, instou o grupo de grandes economias na sexta-feira (24) a conduzir uma análise justa, objetiva e aprofundada das causas dos problemas da dívida global, à medida que cresce o clamor para que os credores façam um grande desconto nos empréstimos.
“Sobre a reestruturação da dívida, embora ainda haja algumas divergências, agora temos a mesa redonda da dívida soberana global com a consideração de todos os credores públicos e privados”, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, a repórteres após presidir a mesa redonda com o ministro das Finanças indiano, Nirmala Sitharaman.
“Acabamos de terminar uma sessão em que ficou claro que há um compromisso de superar as diferenças em benefício dos países.”
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que não houve “resultados” da reunião, que foi principalmente organizacional.
Outras discussões do painel, que inclui os principais credores bilaterais, incluindo China, Índia e os países do G7, vários países devedores, estão planejadas na época das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial em abril.
“Certamente concordamos que este é um fórum útil”, disse Yellen à Reuters em entrevista. “Estamos ansiosos para participar dele.”
Restrições de cripto
Além da reestruturação da dívida, a regulamentação das criptomoedas é outra área prioritária para a Índia, com a qual Georgieva concordou.
“Temos que diferenciar entre moedas digitais do banco central que são apoiadas pelo estado e moedas estáveis, e criptoativos emitidos de forma privada”, disse Georgieva.
“Tem que haver um impulso muito forte para a regulamentação… se a regulamentação falhar, se você for lento para fazê-lo, então não devemos tirar da mesa a proibição desses ativos, porque eles podem criar risco à estabilidade financeira.”
Yellen disse que não havia sugerido a “proibição total das atividades criptográficas, mas era fundamental estabelecer uma forte estrutura regulatória”.