Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 2,5%; expectativa para inflação também sobe, para 3,7%
O Ministério da Fazenda aumentou a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 de 2,2% para 2,5%. Com a revisão, o governo está mais otimista que o mercado. A mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) aponta para um crescimento econômico de 2,09% no ano. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira, 16.
A estimativa da Fazenda, entretanto, não considera os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica. Segundo o documento, a magnitude do impacto depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas.
“O PIB do Rio Grande do Sul, com peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores. Atividades ligadas à agropecuária e indústria de transformação deverão ser as mais afetadas a nível nacional, por serem mais representativas no PIB do estado que no PIB brasileiro”, informou o Boletim Macrofiscal.
Para os anos seguintes, as projeções para o crescimento da economia não foram alteradas. Para 2025, houve manutenção, em 2,8%. Para 2026, a estimativa ficou 2,5%, para 2027, a expectativa continua em 2,6%. E para 2028, a estimativa ficou em 2,5%.
Inflação maior
O governo aumentou de 3,5% para 3,7% a projeção de inflação para 2024, levemente abaixo das estimativas de mercado. Entre os analistas ouvidos pela BC, a mediana das expectativas está em 3,76%. Para 2025, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve pequena alta de 3,10% para 3,2%, ainda abaixo da expectativa dos economistas. No Boletim Focus a estimativa está em 3,66%.
“O aumento nas estimativas para a inflação captura tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves. Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes, com a normalização da oferta. Apesar do avanço nas estimativas para a inflação cheia em 2024, a projeção para a variação média das cinco principais medidas de núcleo se manteve estável em relação ao projetado em março, em 3,40%”, informou o documento do Ministério da Fazenda.