Entenda o que a recuperação dos EUA tem a ver com a queda na cotação do ouro

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O preço do ouro caiu ao menor patamar deste março nesta segunda-feira. Apesar da queda acentuada, provocada por fatores técnicos e baixa liquidez, o  principal gatilho continua o mesmo: os fortes dados de emprego nos Estados Unidos, que apontam que a maior economia do mundo está em um caminho de recuperação.

Isso significa que o Fed (Federal Reserve) deve diminuir os estímulos econômicos, removendo uma das principais alavancas que ajudaram a subir o preço do ouro no ano passado.

Outros pontos que estão indo contra a valorização do ouro são a valorização do dólar e o aumento das expectativas de que a inflação deve ser administrável no país.

Os fundos negociados em bolsa também perderam parte de sua participação neste ano. O de ouro caiu 1,2% a US$ 1.742,39 a onça às 9h21 em Nova York, depois de uma queda de 4,1% mais cedo.

Os investidores estão voltando as atenções para os dados da inflação norte-americana que serão divulgados no final desta semana e também para os sinais que o Fed deve dar na conferência Jackson Hole, ao final do mês.

A sinalização de uma postura mais hawkish de Jerome Powell, presidente do Fed, preocupa o mercado de ouro.

Cinco pontos para prestar atenção sobre a cotação do ouro: 

1. Sem exageros

A queda na cotação do ouro na sexta foi ameaçada pelos ajustes de inflação pelo Tesouro, que determinam o custo de oportunidade de manter ou não os ativos em ouro.

O ouro é um ativo que vai bem de acordo com o momento e pode ficar vulnerável se o preço não subir por muito tempo. Aumentos adicionais nas taxas reais impulsionados por fortes dados econômicos podem desencadear quedas mais abruptas.

2. Valorização do dólar

A grande valorização do ouro no ano passado estava relacionada a queda na cotação do dólar. Neste ano, já existem sinais de que a tendência deve se inverter. O aumento do emprego nos Estados Unidos ajudaram na valorização do dólar.

3. Controle da inflação

A relação do ouro com a inflação é complicada, já que muitas vezes o ouro é considerado um ativo de proteção contra a inflação, mas tende a se valorizar em períodos de desemprego muito alto, por exemplo.

Por enquanto, o mercado está precificando uma inflação transitória, o que implica em preços controlados, o que não beneficia a cotação do ouro.

“É difícil estar otimista com o ouro neste momento. A cotação diminui e mostra que alguns ganhos recentes estão sendo perdidos, mas isso não diminui as expectativas de redução, porque a inflação já é suficiente”, afirma Marcus Garvey, head de estratégia de metais da Macquarie Group Ltd.

4. Análise técnica

A queda da cotação do ouro nesta segunda foi maior do que o esperado. A não ser que o ouro termine a semana acima do padrão, que é de aproximadamente US$ 1.760, as perspectivas vão continuar baixas, segundo as análises técnicas.

Os preços também testaram e quebraram abaixo da média móvel simples de 100 semanas, antes de recuar. Essa média ofereceu suporte aos preços na maioria das vezes desde a baixa de dezembro de 2015. Ele está em US$ 1.738 para esta semana e será observado.

“O ouro precisa de resiliência para protelar alguns níveis chaves. Uma retomada de US$ 1.750 ajudaria a instalar a confiança e evitar um movimento de baixa”, disse Nicky Shiels, head de estratégia de metais da MKS (Switzerland) SA.

5. Apoio da Ásia

Uma chance de recuperação do ouro pode vir da volta da compra de joias por países importantes, como a Índia. No começo deste ano, a demanda caiu por causa do avanço da variante delta da covid,  mas o aumento das importações já mostram um caminho de recuperação para o metal.

Isso não impulsionará o aumento de preços do metal, já que os comerciantes de joias tendem a esperar por quedas para comprar novos estoques, mas deve ajudar a apoiar o mercado à medida que os investidores ocidentais vendem.

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Fonte 6minutos
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