Dólar abre a semana em leve alta e segue cotado a R$ 5,30
Leve alta de 0,02% da moeda norte-americana ocorreu com investidores atentos a vacinação no Brasil e ambiente político
O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira, tomando fôlego ao longo da tarde depois de no fim da manhã chegar a cair mais de 1%, com investidores digerindo informações sobre o início em todo o Brasil da vacinação contra a covid-19 e o ambiente político em meio ao agravamento da pandemia.
Na sessão, a moeda norte-americana à vista teve variação positiva de 0,02%, a R$ 5,3048. Ao longo do dia, a moeda chegou a cair 1,27%, a R$ 5,2363, por volta de 13h, depois de pela manhã subir 0,38%, a R$ 5,3236.
Após bater as mínimas da sessão, as compras reapareceram e o dólar zerou as perdas. Pesquisa XP/Ipespe mostrou avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro, assim como a percepção de sua atuação no combate à crise do coronavírus, pioraram em janeiro.
A escalada da pandemia no país e a queda da popularidade do presidente alimentam no mercado temores de pressão adicional por mais gastos, o que poderia deteriorar ainda mais a já frágil perspectiva para as contas públicas.
“Esperamos que o governo e o Congresso em breve aprovem outra rodada de medidas fiscais para mitigar o impacto social, econômico e de saúde pública de uma preocupante e muito intensa segunda onda de covid-19”, disse o Goldman Sachs em nota.
A vacinação tem sido citada por profissionais do mercado como fator crucial para a recuperação do Brasil –da qual dependem os rumos da taxa de câmbio, já que uma economia em crescimento tende a atrair mais investimentos estrangeiros com potencial para baixar o preço da moeda norte-americana.
“A velocidade de vacinação ditará o quão rápido a atividade econômica retornará ao nível pré-pandemia, mas não altera os desafios estruturais que o país enfrenta”, disse a Guide em nota.
A política monetária também esteve no radar, com o Banco Central anunciando na quarta-feira sua decisão de juros. Analistas apontam que o Copom deve manter a Selic na mínima histórica de 2% ao ano, mas provavelmente enfatizar a necessidade de uma normalização da Selic em resposta às pressões inflacionárias.
O entendimento é que esse seria o primeiro passo para se vislumbrar alta de juros, o que poderia dar algum suporte ao câmbio. Segundo analistas, um dos motivos para a pressão sobre o real é o juro em patamar muito baixo, que deixa a moeda mais vulnerável a operações de hedge ou de financiamento para apostas em outras divisas.