Cielo: Bradesco e Banco do Brasil lançam “operação resgate”

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Cielo (CIEL3) passará a dar maior ênfase para defender a última linha do resultado a partir de 2020, após ter tido forte compressão das margens no ano passado para manter a liderança nos segmentos mais disputados do mercado de adquirência, disse o presidente-executivo da companhia nesta terça-feira.

“Neste ano, com nossa estratégia mais consolidada, vamos buscar mais o resultado”, disse Paulo Caffarelli a jornalistas durante apresentação dos resultados do quarto trimestre.

A declaração pode representar uma mudança significativa de rota da maior companhia de meios de pagamentos do país, que em 2019 teve outra rodada de forte queda do lucro, enquanto tenta defender participação de mercado em um segmento com cada vez mais concorrentes.

Segundo Caffarelli, ainda não é possível afirmar que não haverá redução de preços, mas os números do mercado mostram que esse movimento foi suavizado mais recentemente, após ter atingido um pico no primeiro semestre de 2019.

A empresa anunciou na noite de segunda-feira que seu lucro do ano passado caiu pela metade em relação a 2018, estendendo uma tendência que já dura cerca de uma década.

Para o executivo, porém, a Cielo já vem crescendo mais rápido nos segmentos do pequeno varejo, mais rentáveis, nos últimos dois trimestres. A continuidade dessa tendência ajudará a melhorar o resultado, pontuou.

Um elemento que pode ajudar a reduzir a pressão sobre as margens, segundo Caffarelli, foi um acordo assinado com os bancos sócios da Cielo, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).

O acordo muda a política de remuneração paga pela Cielo a partir das receitas obtidas na operação de adquirência de compras pagas com cartões. Na prática, o ajuste implica mudança do gatilho para repasse de prêmios aos bancos, que agora dependerá mais da qualidade das receitas obtidas.

“Tivemos a compreensão dos bancos, que entenderam que a realidade na política de margens no setor mudou.”

Por volta das 14:33, as ações da Cielo avançavam 2%, a 7,14 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,3%.

Analistas do Credit Suisse destacaram em nota a clientes que os novos termos do acordo entre Cielo, Bradesco e BB para a remuneração de seus serviços de distribuição foram melhores do que o esperado e devem reduzir significativamente os custos com descontos em 2020.

Ainda assim, esperam revisão para baixo nas estimativas de lucros e reiteraram recomendação ‘underperform’ para as ações, com preço-alvo de 6 reais.

 

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Fonte moneytimes
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