Após subir impostos dos combustíveis, Haddad diz esperar que Banco Central reduza juros
Ministro da Fazenda anunciou volta de impostos federais para a gasolina (R$ 0,47) e para o etanol (R$ 0,02). Ele argumentou que medidas dão segurança às contas públicas e, por isso, deveriam levar à queda da Selic.
Após anunciar, nesta terça-feira (28), aumento de impostos sobre combustíveis, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que a medida leve o Banco Central a reduzir os juros.
Haddad se referiu à taxa básica de juros da economia, a Selic, que vem sendo mantida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central.
Esse é mais um episódio em que representantes do governo pedem publicamente que o BC reduza os juros. Desde 2021, o BC é autônomo, e o presidente da instituição não pode ser demitido pelo presidente da República.
Haddad informou a volta de impostos federais sobre a gasolina e o etanol em entrevista coletiva. A gasolina será reonerada em R$ 0,47, e o álcool, em R$ 0,02.
Segundo o ministro, as medidas são benéficas para a inflação no médio e longo prazo, o que abre espaço para a queda dos juros. Haddad disse que o próprio Copom reconhece isso, em seus comunicados.
Haddad também argumentou que a reoneração dos combustíveis auxilia o governo a cumprir a meta para as contas públicas no ano, o que também é um fator para os juros caírem, segundo ele.
“Medidas têm foco na queda das taxas de juros no Brasil”, afirmou Haddad. “Esperamos que Copom reaja como previsto nas atas do Banco Central”, completou.
O ministro afirmou ainda que as taxas de juros no Brasil estão produzindo “malefícios pra economia”. “Existe problema no crédito, problema no horizonte de crescimento na economia, país está unido em torno dessa causa, que é redução das taxas de juros”, disse Haddad.