5 assuntos quentes para acompanhar na semana
Dados do IBGE sobre serviços e varejo e a confirmação do novo presidente da Petrobras estão entre os temas.
Encurtada pelo feriado da Páscoa, a semana deve ser marcada por divulgações tanto no cenário nacional como internacional. A semana começa com reunião entre sindicatos e o Banco Central, que pode completar duas semanas sem divulgar a pesquisa Focus em função da greve dos funcionários.
Além disso, após um IPCA salgado, dados do IBGE sobre serviços e varejo testarão a percepção de melhora da atividade no início do ano, além disso a Petrobras deve confirmar seu novo CEO. Na política, Lula e Bolsonaro têm sinais mistos sem Moro no páreo.
Atividade e greve
Depois de o IPCA de março acelerar mais que o previsto, números de atividade ganham peso. O IBGE divulgará o dado de serviços de fevereiro no dia 12, o de vendas no varejo no dia 13 e o IBC-Br dia 14.
A agenda semanal será aberta na segunda-feira pelo IPC-Fipe da 1ª quadrissemana de abril. A pesquisa Focus, assim como outros dados calculados pelo Banco Central, têm sido adiados devido à greve na instituição. Presidente Roberto Campos Neto deve se reunir com sindicatos na segunda-feira. O mercado elevou os prêmios para altas adicionais da Selic após maio esta semana com o IPCA acima de todas as estimativas e diante da abordagem mais hawkish do Fed nos EUA.
Dólar volta aos R$ 4,70
O dólar devolveu parte das quedas acumuladas em 2022 após a ata do Fed e falas hawkish de dirigentes do Fed acirrarem as expectativas de um aperto mais agressivo da política monetária nos EUA. A moeda chegou a fechar abaixo de R$ 4,60 na segunda-feira, com a queda impulsionada pelo fluxo positivo e alta das commodities, antes de subir nas sessões seguintes e voltar a superar os R$ 4,70. No ano, o real ainda é a melhor moeda emergente, com ganho acumulado de mais de 17%.
Polarização eleitoral
O mercado segue atento às pesquisas, que mantiveram a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro nesta semana. Em cenários sem o ex-ministro Sergio Moro na disputa, a vantagem do petista diminuiu, mas continuou significativa. Desgastes das recentes declarações de Lula e a ligeira recuperação da popularidade de Bolsonaro colocaram petistas em alerta, diz a coluna de Lauro Jardim, do Globo. Por outro lado, aliados do governo estariam preocupados com o fato de as pesquisas mostrarem Lula com chances de vencer no 1º turno devido à ausência de Moro e com a perspectiva de a 3º via ter um candidato único na eleição, diz o colunista Tales Faria, do Uol.
CEO da Petrobras
A troca de comando na Petrobras deve seguir no centro das atenções com a Assembleia Geral Ordinária para o dia 13. O governo indicou José Mauro Ferreira Coelho, atual chairman da PPSA, para a presidência da companhia. Para presidente do conselho, os acionistas irão analisar o nome do conselheiro Marcio Andrade Weber. As indicações foram enviadas pelo ministério de Minas e Energia após uma série de desistências de cotados a assumir a estatal. No dia 12, a Ambev realiza seu Investor Day. O leilão de concessão de rodovias do Rio Grande do Sul será dia 13.
CPI-EUA e BCE
Rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida dos Estados Unidos) caminham para fechar a semana em alta, na sequência da ata do Fed de quarta-feira, que delineou planos para reduzir o balanço do banco central americano em mais de US$ 1 trilhão por ano, juntamente com aumentos nas taxas de juros.
Expectativas sobre o aperto monetário nos EUA poderão ser influenciadas pelo CPI (índice de preços ao consumidor), que sai na terça-feira, com estimativa de aceleração para 1,2% no comparativo mensal e 8,4% no anual, bem como por novas falas de Lael Brainard e outros dirigentes do Fed.
Presidente do BCE, Christine Lagarde, falará após decisão do BC europeu, na quinta-feira. Semana ainda terá dados do varejo e indústria nos EUA, balança na China e pronunciamento do presidente do BC japonês. Inflação chinesa sai neste domingo e a do Reino Unido no dia 13. Bolsas devem refletir ainda a divulgação de balanços de bancos americanos como JPMorgan, Citi, Wells Fargo e Goldman Sachs. Inflação pode pesar no 1º turno da eleição presidencial da França, domingo.