“Megapedido” de impeachment contra Bolsonaro deve chegar à Câmara dia 30

Articulação une partidos de esquerda a dissidentes do bolsonarismo, como Frota e Joice Hasselmann

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O grupo de partidos de esquerda, movimentos sociais e dissidentes do bolsonarismo que prepara um pedido único de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) marcou para 30 de junho a entrega da peça à Câmara dos Deputados. Também está nos planos uma mobilização junto com o fórum Fora, Bolsonaro, que vem organizando manifestações de rua em todo o país.

As discussões são lideradas por Psol, PT, PC do B, PDT, PSB, Rede, UP, PV e Cidadania junto com os ex-bolsonaristas Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) e o MBL (Movimento Brasil Livre). Dizem ter em comum o sentimento de que quanto mais tempo durar o governo Bolsonaro, mais prejuízo sofrerá o País com a pandemia.

Eles elencam 22 supostos crimes cometidos pelo presidente, com foco em ações contra a saúde pública e omissões do governo federal durante a pandemia, mas, também, nos conflitos de Bolsonaro com os poderes Legislativo e Judiciário. A ideia é aglutinar o teor de todos os 121 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara e acrescentar informações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, principalmente sobre a crise de oxigênio em Manaus (AM).

Eis a lista elaborada pelo grupo:

  • 1. Crime contra a existência política da União. Ato: fomento ao conflito com outras nações
  • 2. Hostilidade contra nação estrangeira. Ato: declarações xenofóbicas a médicos de Cuba
  • 3. Crime contra o livre exercício dos Poderes. Ato: ameaças ao Congresso e STF, e interferência na PF
  • 4. Tentar dissolver ou impedir o funcionamento do Congresso. Ato: declarações do presidente e participação em manifestações antidemocráticas
  • 5. Ameaça contra algum representante da nação para coagi-lo. Ato: disse de que teria que “sair na porrada” com senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), membro da CPI da Covid
  • 6. Opor-se ao livre exercício do Poder Judiciário. Ato: interferência na PF
  • 7. Ameaça para constranger juiz. Ato: ataques ao Supremo
  • 8. Crime contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
  • 9. Usar autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder. Ato: trocas nas Forças Armadas e interferência na PF
  • 10. Subverter ou tentar subverter a ordem política e social. Ato: ameaça a instituições
  • 11. Incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina. Ato: ir a manifestação a favor da intervenção militar
  • 12. Provocar animosidade nas classes armadas. Ato: aliados incitaram motim no caso do policial morto por outros policiais em Salvador
  • 13. Violar direitos sociais assegurados na Constituição. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
  • 14. Crime contra a segurança interna do país. Ato: omissões e erros no combate à pandemia
  • 15. Decretar o estado de sítio não havendo comoção interna grave. Ato: comparou as medidas de governadores com um estado de sítio
  • 16. Permitir a infração de lei federal de ordem pública. Ato: promover revolta contra o isolamento social na pandemia
  • 17. Crime contra a probidade na administração. Ato: gestão da pandemia e ataques ao processo eleitoral
  • 18. Expedir ordens de forma contrária à Constituição. Ato: trocas nas Forças Armadas
  • 19. Proceder de modo incompatível com o decoro do cargo. Ato: mentiras para obter vantagem política
  • 20. Crime de apologia à tortura
  • 21. Negligenciar a conservação do patrimônio nacional. Ato: gestão financeira na pandemia e atrasos no atendimento das demandas dos estados e municípios na crise de saúde
  • 22. Crime contra o cumprimento das decisões judiciais. Ato: não criar um plano de proteção a indígenas na pandemia
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Fonte poder360
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