Novos asteroides preocupam cientistas, e eles já cogitam não destruí-los
Em vez de explodir as rochas com armamento nuclear, talvez seja mais seguro amarrá-las em outros corpos celestes
Mesmo que ainda não exista nenhum asteroide em direção à Terra, o assunto está causando preocupação na comunidade científica internacional. E a dor de cabeça é sobre o que seria feito caso uma rocha gigante estivesse em direção ao nosso planeta. A solução mais óbvia e quase cinemática seria destruir o corpo celeste. Mas isso traria mais problemas do que soluções, eles dizem.
Em um artigo científico publicado no EPJ Special Topics, a cientista espacial Flaviane Venditti, do Observatório de Arecibo, da Universidade da Flórida Central, propôs que seja criado um método para amarrar o corpo celeste a outro corpo espacial, o que faria com que o centro de massa da rocha se deslocasse e, desse forma, a trajetória do objeto voador fosse alterada para uma órbita mais segura.
“As simulações mostraram que o método é dinamicamente viável para mitigação do impacto de asteroides. Além disso, ele não resulta em fragmentação, o que poderia ser um risco potencial”, diz um dos trechos do artigo que é assinado também por outros pesquisadores, como Luis Marchi, Arun Misra, Diogo Sanchez.
Essa não é a primeira vez que cientistas estudam utilizar amarras em asteroides. Em 2019, a cientista Alessandra Ferraz Ferreira recebeu prêmio Mario Grossi após apresentar um trabalho científico na International Conference on Tethers in Space, em Madri, na Espanha. Sua ideia era semelhante: utilizar um veículo espacial conectado a um cabo de 100 quilômetros de comprimento ancorado ao asteroide, criando um efeito de repuxo.
De qualquer maneira, essa seria uma alternativa às técnicas de destruição quase hollywoodianas (e exploradas em filmes como “Armagedom”). O uso de dispositivos de carga nuclear poderia fazer com que um asteroide se despedaçasse em diversos fragmentos menores e que ainda poderiam seguir em direção à Terra.