Mais de 450 mil estrelas da Via Láctea são mapeadas por meio da espectroscopia
Os astrônomos envolvidos no Radial Velocity Experiment (RAVE), uma pesquisa das estrelas do hemisfério sul, realizaram diversas observações para definir a estrutura e forma da Via Láctea. Nisso, eles encontraram mais de 500 mil espectros de 451.783 estrelas! As observações foram feitas com o telescópio 1.23-m UK Schmidt do Observatório Anglo-Australiano, por meio da espectrografia de multi-objetos.
Neste processo, a fibra óptica dedicada identifca o espectro de até 150 estrelas em uma só observação. Matthias Steinmetz, líder do RAVE e astrônomo no Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, explica que na espectroscopia, a luz das estrelas é decomposta no arco-íris de cores que a compõe. “Ao analisar o espectro, o movimento da estrela na direção do olhar do observador – ou seja, sua velocidade radial – pode ser determinado”, comenta ele.
Este espectro permite também que os pesquisadores determinem características das estrelas observadas, como suas temperaturas, composição e outras características. Ainda, as pesquisas feitas com espectroscopia grande-angular permitem que os astrônomos descubram informações cruciais sobre a história química e dinâmica da Via Láctea, o que permite entender melhor a formação e evolução das galáxias.
As estrelas observadas foram cruzadas com aquelas da segunda base de dados da missão GAIA, realizada pela Agência Espacial Europeia (ESA). Para Steinmetz, os dados finais representam a conclusão da primeira espectroscopia sistemática dessa pesquisa de arqueologia galáctica, um projeto que durou 15 anos. Assim, o RAVE permitiu que os pesquisadores conseguissem novas ideias sobre a estrutura e a composição da nossa galáxia.
Os artigos com as descobertas e dados obtidos foram publicados na revista Astronomical Journal.