Cientistas criam método simples e acessível para avaliar eficácia de máscaras

Utilizando itens como caixa, laser e câmera de celular, estudiosos dos EUA avaliaram os modelos mais eficazes (e os menos) em barrar a transmissão do Sars-CoV-2

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Com apenas uma caixa, um laser, uma lente e uma câmera de celular, cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para avaliar a eficácia de máscaras contra a disseminação do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19.

Em uma pesquisa publicada na última sexta-feira (7), no periódico Science Advances, a equipe apresenta a técnica simples e de baixo custo. “Nós confirmamos que quando as pessoas falam, pequenas gotículas são expelidas, então a doença pode ser disseminada pela conversa, sem tosse ou espirro”, explica o químico e físico Martin Fischer, que integrou o time que desenvolveu o aparato, em comunicado. “Também vimos que algumas coberturas no rosto performaram melhor do que outras em bloquear as partículas expelidas”, acrescenta.

No aparato desenvolvido por cientistas da Universidade Duke, um feixe de laser é expandido verticalmente por lentes cilíndricas e atravessa fendas da caixa. A câmera está localizada no fundo da caixa e um buraco para o orador, na frente. Na imagem mais abaixo, a dispersão de partículas de água borrifadas por um spray. (Foto: Martin Fischer, Duke University)

Dentre os tipos de máscara, as N95 sem válvula — usadas principalmente por profissionais de saúde na linha de frente do atendimento a infectados pelo novo coronavirus — se mostraram as mais eficientes. Modelos cirúrgicos e de polipropileno também performaram bem.

Máscaras caseiras feitas com tecido de algodão também ofereceram uma boa barreira contra as secreções produzidas durante a fala. Já bandanas e modelos como balaclava não garantiram a proteção necessária. “Se todo mundo usasse a máscara, poderíamos bloquear até 99% dessas gotículas antes de elas atingirem outra pessoa”, pontua o médico Eric Westman, coautor da pesquisa.

Os cientistas da Universidade Duke testaram 14 tipos de máscaras ou modelos alternativos (Foto: Emma Fischer, Duke University)

Os autores ponderam que mais estudos são necessários para investigar variações na proteção das máscaras durante a fala, além de outros fatores, como a forma de vestir o acessório. “Mas isso [o estudo] demonstra que esse tipo de teste pode ser facilmente conduzido por empresários e outros que estão oferecendo máscaras a seus funcionários”, observa Fischer.

Westman lembra que aproximadamente metade dos casos de Covid-19 acontecem em pessoas assintomáticas, que não sabem que estão infectadas. “Elas podem disseminar o vírus, sem saber, por tosse, espirro ou apenas a fala”, destaca o médico. Na ausência de uma vacina ou de um tratamento comprovadamente eficaz, essa é uma das únicas armas para nos protegermos contra essa doença.

Assista no vídeo a seguir (em inglês) os experimentos dos cientistas da Universidade Duke:

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Fonte revistagalileu
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