Células T induzidas por infecção de Covid-19 respondem às novas variantes do vírus, diz estudo dos EUA
Por Julie Steenhuysen
CHICAGO (Reuters) – Um componente crucial do sistema imunológico conhecido como células T que responde para combater a infecção contra a versão original do novo coronavírus parece também proteger contra três das mais preocupantes novas variantes do vírus, de acordo com um estudo de laboratório feito nos Estados Unidos e publicado nesta terça-feira.
Diversos estudos recentes mostram que algumas variantes do novo coronavírus podem prejudicar a proteção imunológica de anticorpos e vacinas.
Mas os anticorpos – que bloqueiam o coronavírus de se atracar às células humanas – podem não contar a história completa, de acordo com estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID, na sigla em inglês). As células T parecem desempenhar um importante papel de proteção adicional.
“Nossos dados, assim como os resultados de outros grupos, mostram que a resposta de células T à Covid-19 em indivíduos infectados com as variantes virais iniciais parece reconhecer totalmente as novas grandes variantes identificadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil”, disse Andrew Redd, do NIAID e da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, e que liderou o estudo.
Os pesquisadores analisaram o sangue de 30 pessoas que haviam se recuperado da Covid-19 antes do surgimento das novas e mais contagiosas variantes.
Nessas amostras, eles identificaram uma forma específica de célula T que estava ativa contra o vírus, e examinaram como era o desempenho dessas mesmas células contra as variantes da África do Sul, Reino Unido e Brasil.
A conclusão foi que as respostas das células T permaneceram amplamente intactas e poderiam reconhecer virtualmente as mutações em todas as variantes estudadas.
A descoberta acrescenta a um estudo anterior que também sugeria que a proteção por células T parecia continuar intacta contra as variantes.
Os pesquisadores do NIAID disseram que estudos maiores são necessários para confirmar a descoberta. É preciso o monitoramento contínuo para variantes que escapem da proteção de anticorpos e células T, disse Redd.
O artigo foi aceito para publicação no Fórum Aberto de Doenças Infecciosas mas ainda não foi revisado por pares.