Uma análise no ribeirão Taquaruçu, próximo a estação de tratamento da BRK Ambiental no setor União Sul, encontrou mais de 2,4 mil coliformes totais a cada 100 ml de água. Isso mostra que a água está imprópria para consumo e banho. A região tem sido comprometida com o aparecimento de manchas verdes nos últimos meses.
Nesta terça-feira (28) a Justiça determinou que a BRK Ambiental, empresa de abastecimento de água de Palmas, deixe de jogar esgoto não tratado no córrego Machado, na região sul da cidade. Essa seria a causa do aparecimento das manchas verdes no ribeirão Taquaruçu e no lago de Palmas.
Segundo o Ministério Público Federal, que entrou com a ação, a poluição está prejudicando o setor Bertaville, condomínios que ficam às margens do lado e até a praia do Caju, ponto turístico de Palmas.
O advogado Igor Queiroz mora em um condomínio da região sul de Palmas. A praia do local era um espaço de lazer que agora deixou de ser utilizado pelos moradores. “O maior prejuízo nosso é não poder usar aquilo que a gente tem de cartão postal. Acabar com o lago é acabar com o sonho de muita gente.”
O Ministério Público Federal pediu para que a BRK Ambiental – Saneatins interrompa o lançamento de esgoto sem o devido tratamento no lago da Usina Hidrelétrica, devendo redimensionar a capacidade de bombeamento da estação elevatória no loteamento União Sul, próximo ao setor Bertaville, independentemente de tratar-se de esgoto propriamente ou águas pluviais.
Ainda segundo o MPF, desde a inauguração da estação elevatória de esgoto, em 2016, ocorrem constantes vazamentos de esgoto, causando mau cheiro e problemas de saúde em diversos bairros. A decisão foi da 1ª Vara Federal, com caráter de urgência. Caso haja descumprimento, a multa será de R$ 100 mil por episódio de transbordamento de esgoto.
Outro lado
A BRK Ambiental disse que não foi notificada da decisão e que não lança esgoto sem tratamento em nenhuma de suas unidades. Afirmou ainda que o vazamento na estação do setor União Sul foi pontual e provocado pelo volume de água da chuva, que chegou à unidade pelo lançamento irregular na rede coletora, que é feita apenas para receber o esgoto das casas e comércios.
A empresa afirmou ainda que o problema foi resolvido uma hora depois e que isso não provocou nenhum impacto no Córrego Machado ou no solo, e que essas informações foram repassadas para os órgãos ambientais e de fiscalização.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) confirmou que houve flagrante de derramamento de esgoto no córrego machado na época. Informou que recebeu o relatório da Fundação do Meio Ambiente e está oficializando o órgão e também a BRK Ambiental para que informem onde são os pontos de lançamento do esgoto.
Disse que depois disso vai enviar uma equipe de fiscalização para verificar todo o perímetro do ribeirão taquaruçu para constatar se o lançamento é irregular.
A Prefeitura de Palmas, por sua vez, informou que solicitou cópias dos laudos realizados pela UFT e aguarda retorno para se manifestar sobre o assunto. Sobre a praia do caju, informou que a fundação faz monitoramento constante e até agora não há irregularidades nos testes de balneabilidade.