Prefeito de Araguaína diz esperar que vacinação contra Covid comece em ‘no máximo 30 dias’
A Anvisa ainda não autorizou o uso de nenhuma vacina contra a doença no Brasil. Prefeito disse se basear na velocidade com que a aprovação foi obtida pela Pfizer no Reino Unido para fazer a previsão.
O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (Podemos), disse nesta quinta-feira (3) que espera que a vacinação contra o coronavírus no município comece em no máximo 30 dias. Durante a manhã, ele publicou um decreto autorizando a compra do produto desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em regime de urgência. O imunizante ainda não teve o uso aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Hoje nós já iniciamos os contatos com a Pfizer. A Secretaria de Saúde do Município está com o processo licitatório aberto para podermos fazer a negociação. Pela rapidez com que foi o processo na Inglaterra, eu acredito que a gente tenha condições de no máximo 30 dias estarmos aqui vacinando a nossa população. Tudo dando certo, eu acredito que este prazo é um prazo bastante razoável.”
Segundo o município, a previsão é de que sejam adquiridas 180 mil doses ao custo de R$ 10 milhões. A vacina da Pfizer teve 95% de eficácia na última fase de estudos e será usada de forma emergencial no Reino Unido a partir da próxima semana.
Dimas disse ainda que um plano de vacinação deve ser apresentado e que os profissionais da saúde e os idosos serão priorizados. Ele afirmou que acredita que pelo tamanho do pedido acredita que a empresa vai conseguir entregar todas as doses rapidamente e que a imunização não deve demorar a chegar a todos os moradores.
Araguaína é a segunda maior cidade do estado, com 183,3 mil habitantes, segundo último levantamento do IBGE. Atualmente, é o segundo município mais afetado pela pandemia no Tocantins, com 16.696 casos confirmados e 235 mortes.
O decreto
O texto publicado no Diário Oficial do município, nesta quarta-feira (2), determina que “a Secretaria Municipal de Saúde deverá tomar todas as providências para adquirir emergencial e urgentemente as doses da vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech necessárias para a imunização de toda a população residente em Araguaína.”
A vacina da Pfizer foi escolhida, segundo a prefeitura, por ter alta taxa de eficácia: “A adoção pela Inglaterra da vacina já aprovada emergencialmente naquele país desenvolvida pela Pfizer – Estados Unidos em parceria com BioNTech – Alemanha, cuja eficácia é de 95% estando programado o início da imunização já na próxima semana”, diz trecho do decreto.
O decreto também justifica a compra do imunizante da Pfizer com base na escolha da vacina feita pelo governo federal, que segue em acordo com o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford. Porém, a opção tem taxa média de eficácia de apenas 60%.
Com a publicação do decreto, Araguaína passa a ser a primeira cidade do estado a prever a aquisição e utilização de uma vacina contra o coronavírus. Em outubro o governador Mauro Carlesse (DEM) chegou a dizer que o Tocantins seria o primeiro estado a fazer a vacinação.
Nesta quinta-feira (3), a Secretaria de Estado da Saúde disse que “até a presente data não há nada oficial sobre campanha de vacinação contra a Covid-19. O Tocantins aguarda orientação do Ministério da Saúde, sobre logística, distribuição de dose e público alvo”.
Vacina escolhida
O Reino Unido aprovou nesta quarta-feira (2) o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech e anunciou que prevê iniciar a vacinação na semana que vem.
Os estudos mostraram que o imunizante teve 95% de eficácia na prevenção à doença e não houve efeitos colaterais graves. Porém, essa opção tem condição especial de armazenamento, precisando ser mantida a -70°C.
O imunizante da Pfizer é um dos quatro que estão sendo testados em fase 3 no Brasil. No país a vacina passou por estudos com 2,9 mil pessoas e os dados foram enviados à Anvisa.
Em meados de novembro, executivos da farmacêutica se reuniram com o Ministério da Saúde para falar da vacina, mas ainda não houve anúncio de compra pelo governo brasileiro.