Sindicato ameaça greve de 72h caso MP da Eletrobras seja pautada no Senado
O relator da medida quer apresentar parecer na 3ª feira (15.jun). Greve não deve afetar o fornecimento de energia elétrica
O Coletivo Nacional dos Eletriciários, que representa trabalhadores da Eletrobras, avalia realizar uma greve de 72 horas caso a medida provisória da privatização da empresa seja pautada no Senado. O relator da proposta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), disse que pretende apresentar seu parecer na próxima 3ª feira (15.jun.2021) e, se houver acordo, já colocá-lo em votação.
Segundo o vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários e coordenador geral do coletivo, Nailor Gato, o indicativo de greve foi aprovado em assembleias da categoria e a expectativa é que a paralização seja nacional e tenha adesão de todas as áreas da empresa. A ideia é iniciar a greve com 72 horas de antecedência à votação da proposta. Como ainda não se tem certeza de quando a MP será de fato analisada pelo plenário do Senado, os sindicatos aguardam mais detalhes para deflagrar o movimento.
O objetivo é demonstrar que os funcionários da estatal não concordam com a proposta apresentada pelo governo. “Entendemos que não há nada de urgente nessa medida provisória. Urgente é ter vacina e alimentos para a população. O contexto neste momento é muito ruim para a classe trabalhadora”, disse. A Eletrobras tem cerca de 12 mil funcionários.
Apesar da greve, Gato diz que não há risco de interrupção do serviço de energia elétrica no país. Para ele, o governo deveria ter encampado projetos de lei que já estão no Congresso e que tratam do assunto para levar o debate adiante ao invés de apresentar uma MP que, em sua avaliação, não permite o debate adequado com a população.
Haverá também nesta 6ª feira (11.jun.2021) uma mobilização em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro aproveitando a data de 59 anos de criação da companhia.