Petrobras sobe forte com cessão onerosa, alta do petróleo e otimismo do mercado
Investing.com – Somatória de fatores contribui para a alta da Petrobras (SA:PETR4) nesta terça-feira (22), figurando entre as maiores altas do Ibovespa e colaborando com a renovação da máxima histórica intradia do principal índice brasileiro. Estimativas de recursos do leilão da cessão onerosa que devem ir ao caixa da estatal petrolífera, a alta do preço do petróleo e o sentimento bullish no Brasil – com a eminente aprovação da reforma da Previdência – e no exterior com otimismo no avanço das negociações comerciais e balanços positivos das empresas listadas em Wall Street contribuem para a forte valorização da Petrobras.
Por volta das 13h47, os papéis preferenciais tinham ganhos de 2,93% a R$ 28,60, enquanto as ordinárias (SA:PETR3) saltavam 2,93% a R$ 31,24.
Outro fator que favorece esse movimento é o anúncio de alta nos preços de gás liquefeito de petróleo (GLP) para residências, em botijões de 13 quilos, e também do produto para consumidores industriais e comerciais, segundo informações publicadas no site da companhia.
O GLP residencial teve alta de R$ 92,5 por tonelada para as distribuidoras em várias praças, ou cerca de 5%, enquanto as cotações do GLP industrial e comercial sofreu alta de R$ 58,5 por tonelada, ou cerca de 3%, de acordo com cálculo da Reuters com base nos dados da companhia.
O movimento nos preços do GLP da Petrobras (SA:PETR4) é o primeiro desde 5 de agosto, tanto para o produto residencial quanto para o voltado à indústria e comércio.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) estimou em nota que o aumento residencial oscilará entre 4,8% e 5,3%, enquanto o GLP industrial terá variação de 2,9% a 3,2%, dependendo do polo de suprimento.
Cessão Onerosa
O salto dos papéis da Petrobras (SA:PETR4) iniciou na tarde de ontem (21), após fontes ouvidas pela Bloomberg afirmarem que a estatal deve receber por volta de US$ 25 bilhões-US$ 45 bilhões do leilão de cessão onerosa. O otimismo com o assunto prossegue hoje, com a edição desta terça-feira do Valor Econômico apontar que os recursos que a estatal vai receber serão semelhantes ao que informa a Bloomberg, embora aponte que a estatal deve receber US$ 6,3 bilhões a menos se o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovar o cálculo para a distribuição baseado em estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A EPE calcula que a Petrobras (SA:PETR4) deve receber US$ 38,9 bilhões, valor menor ao US$ 45,2 bilhões avaliados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A divergência de valor está baseada no preço-médio do barril do petróleo para todo o período de contratos. Enquanto a ANP projetou um preço-médio de US$ 76,18, a EPE considerou os preços ao longo do tempo, com os preços nos primeiros anos de exploração bem abaixo ao projetado pela agência reguladora.
Os preços do petróleo subiram na terça-feira depois que a China sinalizou progresso nas negociações comerciais com os Estados Unidos, mas os ganhos foram limitados pelas previsões de baixa de um aumento nos estoques de petróleo dos EUA.
O petróleo Brent registrava ganhos de 1,19%, ou US$ 0,66 a US $ 59,67 por barril, enquanto o WTI subia US$ 0,83, ou 1,55% a US$ 54,34 por barril.
China e Estados Unidos alcançaram algum progresso em suas negociações comerciais, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Le Yucheng, na terça-feira, e qualquer problema pode ser resolvido desde que os dois lados se respeitem.
“Enquanto o clima encorajador nos mercados financeiros permanecerá estimulado pelo otimismo comercial, a aversão ao risco ainda poderá gerar um retorno abrupto se as negociações se arrastarem ou se tornarem azedas”, disse Lukman Otunuga, analista da FXTM.
O Fundo Monetário Internacional previu na semana passada que as consequências da guerra comercial EUA-China e disputas comerciais em todo o mundo desacelerariam o crescimento global em 2019 para 3,0%, o mais fraco em uma década.