Pedido de CPI do vazamento do óleo reúne mais de 200 assinaturas e é protocolado na Câmara
O deputado João Henrique Campos (PSB-PE) e deputados do nordeste protocolaram, no fim da tarde desta quarta-feira (23), um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as manchas de óleo que há dois meses começaram a atingir as praias nordestinas. O deputado conseguiu reunir cerca de 250 assinaturas ao pedido, ultrapassando as 171 necessárias. A Secretaria-Geral da Mesa (SGM) da Câmara ainda precisa validar as assinaturas.
Desde o fim de agosto, o litoral do nordeste do país sofre com as manchas de óleo que aparecem nas praias e que já se estende por cerca de 2.250km da costa da região. Até o momento, não se sabe o que causou o derramamento de óleo no mar. A Marinha brasileira especula que o vazamento tenha partido de um navio irregular.
Em coletiva de imprensa no fim da tarde de hoje, Campos afirmou que o vazamento já é o “maior desastre ambiental da história do país” e que espera que a CPI seja logo instalada. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) é quem autoriza a criação das CPIs, mas atualmente está em missão oficial fora do país.
Segundo o deputado pernambucano, os líderes partidários apoiam a abertura da investigação. A bancada nordestina defende que não se trata de uma ação da oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL), mas sim dos parlamentares preocupados com o meio ambiente.
O também deputado pernambucano Carlos Veras (PT) afirmou que é necessário “cobrar responsabilidades” dos envolvidos e investigar a “omissão criminosa do governo” no assunto. A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), membro da Comissão de Meio Ambiente, também criticou a postura do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Não é admissível que o governo tenha dedicado tempo à criminalização, de novo, das ONGs nas intervenções patéticas do ministro do Meio Ambiente nesse fim de semana, enquanto há uma crise sem precedentes no nordeste brasileiro. É verdadeiramente inadmissível que criminalizem e ataquem aqueles que estão lutando, arregaçando as mangas diante dessa gravidade enquanto o ministro faz firula e fica no Twitter”.