‘Não inventem lockdown após as eleições’, pede Jair Bolsonaro
Presidente embasou a solicitação na geração de empregos e na avaliação de que a economia nacional “está reagindo” à crise causada pela pandemia
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (5), em sua tradicional transmissão pelas redes sociais, que a economia do Brasil está reagindo e, após citar dados positivos na geração de empregos no país, pediu para prefeitos e governadores “não inventarem” novos confinamentos e lockdowns após as eleições municipais.
“A economia está reagindo, peço a Deus que a gente volte à normalidade e que não inventem a partir do ano que vem, depois das eleições, novos confinamentos, novos lockdowns”, pediu.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro usou como argumento para a melhora econômica dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados) que têm sido positivos desde julho.
O presidente foi um dos principais críticos de medidas tomadas por governadores e prefeitos de fechamento temporário de atividades econômicas para conter a propagação do covid-19.
Na transmissão, Bolsonaro também disse que o governo reduziu o imposto sobre brinquedos de 35% para 20%. Novamente, ele acusou o governador de São Paulo, João Doria, por ter aumentado impostos. Apontado como potencial adversário na corrida presidencial de 2022, Doria já rechaçou essa acusação.
Fernando de Noronha
Bolsonaro ainda que vai trabalhar pela federalização do arquipélago de Fernando de Noronha, que atualmente é vinculado ao Estado de Pernambuco, e criticou o que considera alto custo para se visitar o local, defendendo transformá-lo em um polo turístico.
“Eu sugeri a gente federalizar Fernando de Noronha porque parece que virou ali uma ilha de amigos — não quero falar o nome aqui para não criar problema —, de amigos do rei, e o rei não sou eu”, disse ele na transmissão.
O presidente chamou de “absurdo” e “inacreditável” ir para uma praia na ilha e pagar R$ 100. Na verdade, há uma taxa de preservação ambiental do arquipélago no valor diário de R$ 75,93.
“Poderia ser um local aí de arranjar recursos para o Brasil, vindo de fora, do turismo, dar uma condição de vida melhor para a população. Então é muita coisa errada no Brasil que a gente vai arrumando devagar, arranjando solução. Não dá para aquela ilha ter dono”, criticou o presidente, sem citar quem seria o “dono” do local.
O atual governador de Pernambuco é Paulo Câmara, filiado ao PSB, partido que tradicionalmente tem feito oposição ao governo Jair Bolsonaro.