Maia diz ser preciso harmonia entre poderes e ‘preservar democracia’
Presidente da Câmara discursou na sessão desta terça, a primeira após o general Augusto Heleno falar em 'consequências imprevisíveis'
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta terça-feira (26) que é preciso manter a harmonia entre os poderes e “preservar a democracia”.
Ele discursou na abertura da sessão plenária, a primeira após o ministro da Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, divulgar nota na última sexta-feira (22) falando em “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” caso a Justiça decida por apreender o celular do presidente da República, Jair Bolsonaro, para investigações. Maia, porém, não citou especificamente o general e sua declaração.
“Nosso grande desafio é vencer o coronavírus, vencer a gravíssima crise social e econômica que está a nossa frente preservando a nossa democracia. Repito, preservando a democracia”, frisou. “É imprescindível continuar cuidando da relação harmoniosa entre os poderes”, afirmou.
Nesse sentido, Maia destacou que foi bem recebido pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira (21), quando participou de reunião entre o presidente e governadores sobre as estratégias de combate à pandemia de covid-19. E disse ver com naturalidade o trabalho do Executivo para aumentar sua base de apoio no Parlamento.
“Fui recebido com elegância e cordialidade. Vejo com naturalidade o esforço federal para criar uma base de apoio. Ao invés de ser criticado, deve der respeitado.”
O possível pedido de perícia no celular de Bolsonaro se dá no âmbito da investigação sobre suposta tentativa de intervenção na Polícia Federal por parte do presidente. Partidos fizeram o pedido de investigação ao STF (Supremo Tribunal Federal), que consultou a PGR (Procuradoria Geral da República) – responsável por propor investigações contra o presidente da República. A Procuradoria ainda não se manifestou sobre o pedido.
O presidente da Câmara citou a luta contra o novo coronavírus em diferentes momentos do seu discurso. Disse tratar-se de uma guerra que já deixou quase 25 mil mortos pelo país e que cria desafios na recuperação da economia.
“Nessa hora grave a nação exige que tenhamos prudência. E postura. Exige que estejamos à altura dos combates que já foram e que ainda serão travados. Espera de nós maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade. Os brasileiros exigem de nós trabalho e respeito pelos que mais sofrem. É preciso estar à altura das expectativas de nosso povo.
Maia afirmou ainda que nunca desistiu de construir pontes e destruir muros. “A coragem está em saber construir a paz. Vivemos hoje um momento muito grande dessa história.” “Faço nesse momento um convite à pacificação dos espíritos.”