Caso Marielle: voz que liberou acusado não é de porteiro que citou Bolsonaro, aponta laudo
A Polícia Civil concluiu, por meio de uma perícia, que a voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro na investigação. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com o laudo, a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa. Ambos estão presos sob a acusação de terem cometido o assassinato da vereadora.
A perícia confirmou ainda que foi um outro funcionário que interfonou para Lessa, morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro. A gravação foi feita às 17h07m42s, quatro horas antes da execução de Marielle no dia 14 de março de 2018. Neste turno, segundo o jornal, quatro porteiros estavam trabalhando.
Em depoimentos prestados em outubro do ano passado, um dos porteiros do condomínio havia afirmado que “Seu Jair”, referindo-se a Bolsonaro, havia autorizado a entrada de Élcio no dia do assassinato. No entanto, o então deputado federal se encontrava em Brasília.
O Ministério Público do Rio já havia afirmado que a autorização para a entrada de Élcio foi dada por Lessa, e não pelo atual presidente. Em seguida, o porteiro recuou e afirmou ter lançado errado o registro de entrada de Élcio na casa do presidente. De acordo com o jornal, o resultado do laudo reforça suspeitas de que o porteiro que citou Bolsonaro pode ter agido a mando de terceiros.