Bolsonaro promete enviar reforma administrativa nesta semana ao Congresso
Projeto está pronto desde novembro Atos na América Latina atrasaram envio Depois, ‘parasita gate’ também influiu
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta 2ª feira (17.fev.2020) que está na “iminência” de enviar a proposta de reforma administrativa do governo ao Congresso, embora “sempre” haja “1 pequeno acerto a mais para fazer”. Segundo o presidente, o texto deve ser mostrado a ele na tarde desta 3ª feira (18.fev) e encaminhado ao Legislativo ainda nesta semana.
“Espero que essa semana nasça essa criança aí, que está demorando muito para nascer. Está parecendo filhote de elefante. Não é (sic) 2 anos gestação de elefante?”, perguntou.
A declaração foi dada quando Bolsonaro chegava de volta ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Ele já havia comentado sobre a reforma de manhã, quando saía do local em direção ao Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
O presidente teve reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia). A reforma administrativa era 1 dos temas na pauta, conforme o próprio Bolsonaro confirmou aos jornalistas pela manhã.
Nas duas ocasiões em que se manifestou sobre o tema, Bolsonaro destacou que o texto que propõe mudanças nas regras para contratação e promoção de servidores não irá afetar aqueles que já são funcionários públicos. “Não vai atingir os já servidores, não vai ser mexido nada no tocante a eles.”
O presidente disse ainda que a “palavra final” será do Poder Legislativo, “como sempre foi”. “Ainda mais” por se tratar de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
ATRASO NO ENVIO DA REFORMA
A proposta de reforma administrativa do governo, de acordo com o ministro Paulo Guedes, está pronta desde o final de novembro do ano passado. O encaminhamento ao Congresso atrasou, num 1º momento, por causa dos protestos na América Latina –principalmente no Chile.
O governo ficou com o receio de que o “timing” do envio àquela altura não fosse adequado e, por isso, o Brasil fosse “contaminado” pelas manifestações nos países vizinhos.
Já neste ano, a declaração do ministro Paulo Guedes que vinculou o funcionalismo público a “parasitas“ gerou novo desconforto para encaminhar o texto ao Congresso. As afirmações foram usadas como argumento contrário à reforma.