Milho: confira o que pode mexer com os preços na próxima semana
Surto de coronavírus pressiona mercado internacional, mas as cotações no Brasil ganham sustentação pontual com compras do Irã; entenda o quadro geral
O mercado internacional de milho esboçou uma leve reação na sexta-feira, 31, com os contratos de março subindo aproximadamente 0,45% na Bolsa de Chicago. Porém, a posição vinha de duas quedas consecutivas e acumulou desvalorização de 1,55% na semana e de 1,68% em janeiro.
Assim como outras commodities, os preços do cereal foram bastante afetado pelo surto de coronavírus na China, que já atingiu outros países. Mas o que há no horizonte? O analista de mercado da Safras Consultoria Paulo Molinari elencou os principais fatos que merecem a atenção dos produtos na próxima semana. Confira abaixo:
- O mercado externo segue fortemente abalado pelo avanço rápido do coronavírus. As bolsas de valores estão em fortes baixas e há pressão sobre o mercado de commodities;
- O risco de recessão na China, por conta da paralisação parcial da economia chinesa, afeta todos os mercados. Efeitos secundários podem surgir com os bloqueios regionais de fluxo de pessoas e mercadorias, além de paralisação da atividade econômica;
- É possível que tenhamos no mercado de commodities situações como protelação de contratos e até de embarques, em segmentos como petróleo, soja e carnes devido às restrições regionais na China;
- Por enquanto isto não é uma realidade, mas vir a ser caso a situação siga se agravando. A maior dúvida é quando a situação voltará ao normal;
- Para o mercado interno de milho, a situação do abastecimento segue a mesma, pois não há relação com este quadro externo de forma direta;
- Contudo, o movimento de pânico é comum em todos os mercados e consumidores de milho podem tentar encontrar neste momento um espaço para tentar derrubar preços;
- Tudo dependerá da decisão do produtor nos próximos dias. Se entrar em pânico e avançar nas vendas, os preços podem ceder agora para subir mais à frente. Se decidir vender soja e reter o milho, os preços voltam a subir;
- A partir deste avanço da colheita da soja, a logística deve ser dominada por esta commodity e os fretes devem encontrar fortes altas. Isso deve ser um limitador de baixa para os preços do milho, principalmente no CIF
- A segunda safra 2020 tem uma bolha pontual de compra por parte do Irã para embarques no segundo semestre. Preços de R$ 27 até R$ 32 em Mato Groso e de R$ 32/R$ 33 em Goiás;
- Portos com indicações de R$ 41/R$ 42 no fechamento da semana;
- Safrinha está sendo plantada de forma normal e em condições de clima bastante favoráveis;
- A produção de milho dos Estados Unidos e a segunda safra do Brasil em 2020 podem ser recordes.