A força-tarefa da Operação Lava Jato prendeu na manhã desta quinta-feira, 21, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB). O ex-ministro Moreira Franco também foi preso no Rio de Janeiro.
As ordens de prisão preventiva (sem prazo para terminar) foram emitidas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, e o processo está sob segredo de Justiça até o término do cumprimento dos mandados pela Polícia Federal.
Ao todo, a PF cumpre oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Distrito Federal.
A Operação Descontaminação, como foi chamada pela Polícia Federal, decorre do elementos colhidos nas operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, deflagradas a partir de colaboração firmada pela PF.
O ex-presidente foi preso em sua casa, em São Paulo, e levado pela Polícia Federal para o aeroporto de Guarulhos, de onde segue para o Rio de Janeiro.
Acompanhe ao vivo:
13:20 – Repercussão internacional
O jornal britânico The Guardian destaca que Temer foi preso pela Operação Lava-Jato, “que já levou à condenação membros da elite política brasileira”. Já o espanhol El País diz que a prisão é fruto da delação de Lúcio Funaro.
13:17 – Suspeita bilionária
No pedido de prisão preventiva, o Ministério Público diz que, com base nas investigações, a organização criminosa liderada por Michel Temer praticou diversos crimes e angariou cerca de 1,8 bilhão de reais.
13:15 – Repercussão no mercado
O mercado financeiro vive uma manhã de alta tensão após a prisão do ex-presidente Michel Temer. Às 12h36, o Ibovespa cai 2%, cotado a 96 mil pontos. O dólar, por sua vez, sobe 1,054%, cotado a R$ 3,81.
13:12 – Líder do PSL comemora
O senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado, comemorou as prisões de Michel Temer e Moreira Franco. Olímpio também disse que “chegue na estocadora de vento”, em alusão à frase clássica de Dilma Rousseff.
13:10 – MDB lamenta
A legenda emitiu uma nota oficial acerca da prisão de do ex-presidente Michel Temer. No texto, a legenda “lamenta a postura açodada da Justiça”.
13:03 – “Barbaridade”
Michel Temer falou com o jornalista Kennedy Alencar, da CBN, enquanto seguia para o aeroporto de Guarulhos. Ele classificou sua prisão como “barbaridade”.
“Barbaridade.” Assim reagiu o presidente Michel à prisão. Ele atendeu telefonema meu e confirmou que estava a caminho do Aeroporto de Guarulhos, acompanhado por policiais federais que cumpriam mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio.
— Kennedy Alencar (@KennedyAlencar) 21 de março de 2019
13:02 – Marcela Temer em choque
Embora Michel Temer estivesse com o medo de ser preso, mais calado e discreto do que sempre, a sua família está em estado de choque com a prisão do ex-presidente, na manhã desta quinta-feira.
12:48 – Operação Pripyat
Bretas também responde pelo processo relacionado à Pripyat, deflagrada para desmantelar uma quadrilha que atuava na Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela geração de energia nuclear.
12:40 – Operação Radioatividade
Desde dezembro de 2015, o juiz Marcelo Bretas é responsável pelo processo decorrente da Operação Radioatividade, que investiga um esquema de corrupção na Eletronuclear envolvendo as obras da usina de Angra 3.
O caso havia saído das mãos do então juiz Sergio Moro, no fim de outubro daquele ano, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinar que o processo da Eletronuclear fosse separado do que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
12:15 – Denúncias durante o mandato
No final do ano passado, antes de seu mandato terminar, Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada no inquérito que investigou irregularidades na edição de um decreto que beneficiou empresas do setor portuário.
Enquanto ocupou a presidência, Temer foi denunciado outras duas vezes pela PGR. Ambas foram rejeitadas pela Câmara dos Deputados: a primeira se baseou nas delações de executivos da JBS; a segunda, apontava o presidente como integrante de uma organização criminosa para desviar dinheiro de estatais — no caso que ficou conhecido como “quadrilhão do PMDB”.