Flávio Bolsonaro nega ‘rachadinhas’ e lavagem de dinheiro
Senador publicou um vídeo em redes sociais. Defesa de Flávio pediu ao STF a suspensão da investigação do Ministério Público do Rio.
O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) publicou um vídeo em redes sociais, nesta quinta-feira (19), no qual se defende das acusações do Ministério Público, que apontou um esquema de “rachadinhas” e lavagem de dinheiro no gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
Flávio Bolsonaro criticou o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição.
Também nesta quinta, a defesa de Flávio pediu no Supremo Tribunal Federal a suspensão da investigação do Ministério Público do Rio.
Depósitos para Queiroz
Segundo o senador, os depósitos no total de R$ 2 milhões na conta do seu ex-assessor parlamentar, Fabrício Queiroz, foram feitos em um período de 12 anos. Flávio também disse não ter relação alguma com os fatos.
“Grande parte, a maioria esmagadora desses recursos são oriundas dos próprios parentes dele que trabalhavam lá também. Ele já falou isso publicamente, que geria os recursos da família. A família depositava o dinheiro em sua conta e ele fazia o que queria com o dinheiro. O que é que eu tenho a ver com isso?”.
Loja de chocolates
Flávio Bolsonaro também se defendeu das acusações de que usou a franquia de uma loja de chocolates para lavar dinheiro. Ele e sua mulher são sócios de uma franquia da Kopenhagen no Via Parque Shopping, na Barra, Zona Oeste do Rio.
“Agora estão atacando a minha loja de chocolates, que foi comprada com recursos meus e da minha esposa. Tudo declarado no imposto de renda e informado à junta comercial (…) Se eu quisesse lavar dinheiro iria abrir uma franquia, que tem um controle externo da franquiadora e auditoria? Iria abrir uma outra atividade qualquer que não devesse satisfação para ninguém. Se eu fosse vagabundo, como muitos pensam, você acha que eu ia estar preocupado em abrir uma franquiazinha, um negócio particular fora do meu mandato? Eu sempre fiz tudo direitinho dentro da lei.”
Compra e venda de apartamentos
O MP também aponta que o senador lavou dinheiro com a compra e a venda de dois apartamentos em Copacabana. Segundo os promotores, Flávio depositou R$ 638 mil em dinheiro vivo na conta de um corretor e assim ocultou o ganho ilícito com as chamadas “rachadinhas”.
Enquanto a valorização imobiliária na região não ultrapassou 11%, ele declarou um lucro de 292% na venda dos imóveis, em fevereiro de 2014.
“A questão, agora, dos meus apartamentos. Virou moda. Só porque eu consegui comprar um apartamento num preço bom, eu estou lavando dinheiro com imóveis agora. Para que todos entendam: são duas quitinetes que eu comprei, de 29 m², sem vaga na garagem, ‘cacarecadas’, lá em Copacabana. Eu comprei de um grupo de investidores americanos que estava saindo do Brasil e óbvio que eu consegui negociar um preço melhor porque foram dois imóveis do mesmo vendedor. Eu não posso comprar mais barato? Tenho que comprar mais caro pra não ter suspeita?”, disse.
Parcela de apartamento paga por PM
Os promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do MP também dizem que um policial militar pagou uma prestação de compra de um apartamento feita pelo senador e por sua mulher. Segundo o documento, Diego Sodré de Castro Ambrósio quitou um boleto no valor de R$ 16.564,81 em outubro de 2016 para ajudar a pagar um apartamento comprado em Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio.
“Outra sacanagem que estão fazendo com o Diego, que é um policial militar amigo meu e que, em uma única ocasião na minha vida, se eu não me engano, era porque o banco já tinha fechado e eu não tinha aplicativo no meu celular na época, eu pedi pra ele pagar uma conta pra mim. Uma parcela de um apartamento que eu estava pagando. Ele pagou e depois eu o reembolsei. Ele é um pequeno empresário e comprava produtos na minha loja no final do ano para dar de presente aos clientes.”