Bolsonaro descarta tabelar preço da carne diante de alta por aumento das exportações
(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta quinta-feira determinar um tabelamento do preço da carne diante da alta recente do produto em consequência do aumento das exportações para a China, e afirmou que países árabes também estão interessados em aumentar a compra de commodities agropecuárias do Brasil.
“O pessoal reclamando do preço da carne. A China está comprando, aumentou o preço no Brasil. Vamos lá: ou apoiamos o livre mercado ou não apoiamos. Tabelar, eu não vou tabelar”, disse Bolsonaro em discurso durante visita a Palmas, no Tocantins.
“Isso já não deu certo lá atrás. É uma chance para aqueles que criticam o homem do campo comprarem um pedaço de terra e criar boi. Vai lá para ver a moleza que é”, acrescentou.
Bolsonaro já havia comentado sobre a alta recente do preço da carne esta semana, dizendo que o aumento se deve a uma combinação de entressafra com um elevação das exportações, e apontando para uma queda em breve.
O Brasil, maior exportador global de carne bovina, está vendendo cada vez mais para a China diante da alta da demanda chinesa devido ao surto de peste suína africana na criação de porcos do país asiático, o que faz com que os consumidores brasileiros paguem mais pelo produto nos açougues do país.
Em novembro, a inflação oficial do Brasil registrou aceleração e o resultado mais alto em quatro anos, a 0,51%, com forte impacto da alta dos preços das carnes.
No discurso desta quinta-feira, que foi transmitido por satélite pela Radiobrás, Bolsonaro também comentou a recente redução dos juros cobrados pela Caixa no cheque especial e no financiamento imobiliário, e disse que os bancos privados terão que seguir o mesmo caminho para não perderem clientes.
Ao criticar governos passados, a quem acusou de corrupção, Bolsonaro disse que se aparecer algum caso de corrupção em seu governo, ele colocará o eventual ministro envolvido “no pau de arara” se o mesmo tiver responsabilidade confirmada.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Edição de Eduardo Simões)