Grécia passa por reforma ministerial após avanço da extrema-direita na votação da UE
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, reformulou seu gabinete na sexta-feira (14) para impulsionar a batalha do governo contra a crise do custo de vida, mas manteve seus ministros das Relações Exteriores e das Finanças para mostrar continuidade política.
As mudanças foram anunciadas depois que o partido de centro-direita de Mitsotakis teve um desempenho pior do que o esperado nas eleições de domingo para o Parlamento Europeu.
Embora tenha mantido o ministro das Finanças, Kostis Hatzidakis, e o ministro das Relações Exteriores, George Gerapetritis, Mitsotakis nomeou Takis Theodorikakos como ministro do Desenvolvimento e transferiu Niki Kerameus do Ministério do Interior para o Ministério do Trabalho. O ex-ministro da Defesa Nikos Papanagiotopoulos foi nomeado ministro da Migração.
O partido Nova Democracia, de Mitsotakis, que lidera a Grécia desde 2019, ficou em primeiro lugar nas eleições de domingo, com 28,3% dos votos. Mas não atingiu a meta de 33% estabelecida por Mitsotakis e ficou abaixo dos 40% que o partido recebeu em uma eleição nacional em junho de 2023.
Um recorde de 59% dos eleitores registrados se absteve na votação da UE.
Apesar da recuperação econômica após uma década de sofrimento, os salários na Grécia ainda estão abaixo da média da União Europeia.
Mitsotakis atribuiu o voto de “protesto” ao alto custo de vida. O líder conservador disse que seu governo tentará, dentro dos limites orçamentários, combater a espiral de preços dos produtos alimentícios, mas descartou um corte no imposto sobre vendas.
“O aumento dos preços continua sendo uma das principais preocupações do povo grego, como mostraram as pesquisas recentes. Portanto, a substituição do ministro do Desenvolvimento foi uma medida corretiva que ele (Mitsotakis) teve que tomar”, disse o analista político Apostolos Pistolas.
Mitsotakis também prometeu reduzir as contribuições dos empregadores para a previdência social para incentivar as empresas a contratar mais trabalhadores e combater a taxa de desemprego, que caiu nos últimos anos, mas ainda é o dobro da média da zona do euro.
Mitsotakis descartou a possibilidade de eleições antecipadas. Seu mandato termina em 2027.