“Ele tem direito de provar que é inocente”, diz Lula sobre ministro indiciado pela PF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez, nesta quinta-feira (13), sobre o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), pela Polícia Federal (PF).
Juscelino foi indiciado pela PF por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude de licitação. Ele é suspeito de envolvimento em irregularidades e desvio de recursos de obras de pavimentação custeadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), quando exercia o mandato de deputado federal, antes de assumir a pasta.
Lula foi questionado sobre o assunto em Genebra (Suíça), onde participará de um evento promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e de uma celebração pelos 35 anos do livro “O Alquimista”, do escritor Paulo Coelho.
“Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e a acusação foi aceita. Agora, é preciso que as pessoas provem que são inocentes, e ele tem o direito de provar que é inocente”, disse Lula aos jornalistas.
“Ainda vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, completou Lula, sem dar maiores detalhes.
Dentro do governo, há uma corrente que defende a demissão de Juscelino Filho. Outra ala é favorável a que o ministro deixe o cargo temporariamente para se defender das acusações e, após a conclusão do caso na Justiça, eventualmente retome o posto.
Preocupado com o apoio do União Brasil ao governo em votações no Congresso, Lula tem se mostrado reticente em relação a uma possível demissão de Juscelino. O presidente não pretende mexer na equipe ministerial pelo menos até o fim das eleições municipais, em outubro.